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CLONAGEM: Notícias do Suplemento Agrícola / Jornal "O Estado de S. Paulo"

Genética | 05 de Janeiro de 2011

Animal clonado deve ter genética superior
Só animais considerados 'estratégicos' no rebanho compensam os investimentos na técnica
Para compensar o investimento, o animal clonado deve ser excepcional e estratégico no programa de seleção e melhoramento genético da fazenda. Na Fazenda Água Limpa, em Marília (SP), que pertence à Universidade de Marília (Unimar), de um plantel de 2 mil animais da raça nelore, a escolhida para ser clonada foi a vaca Essência.
O trabalho de coleta de material começou em 2009 e, em meados de 2010, nasceram quatro clones, hoje com idades entre 2 e 6 meses. "A Essência foi Grande Campeã Nacional da Expozebu em 2001. Sem dúvida, é a melhor doadora do plantel, tanto que já produziu duas grandes campeãs", justifica o reitor da universidade, Márcio Mesquita Serva.
A clonagem da vaca Essência foi a primeira experiência da universidade com a tecnologia.
"Decidimos clonar a vaca Essência porque se trata de um animal altamente valorizado, mas que já tem dez anos de idade (uma doadora da raça nelore produz até os 15 anos, em média). Queríamos preservar a genética da doadora", explica Serva.
Para se ter idéia do valor da fêmea, algumas de suas filhas já foram comercializadas a valores superiores a R$ 1 milhão. "A clonagem não é um investimento barato, mas se o animal for diferenciado o criador agrega valor."
Serva diz que os clones de Essência estão sendo monitorados para que suas características reprodutivas sejam comparadas as de outros animais. "E também para sabermos se as cópias são tão boas quanto a original", afirma.
Custos. O primeiro clone custa em torno de R$ 50 mil, segundo cálculos do pecuarista Jonas Barcellos Corrêa Filho, que seleciona gado nelore há 40 anos em São Paulo e Minas. Barcellos tem plantel de 60 mil cabeças e diz que a clonagem é uma forma eficiente de acelerar o melhoramento genético de um rebanho.
"Já usei inseminação artificial, transferência de embriões, fertilização in vitro (FIV), sêmen sexado. Há três anos estou fazendo clonagem. Se tenho um animal diferenciado, por que não ter outros com essa mesma carga genética diferenciada?" Até agora, o plantel de Barcellos tem sete clones, com idades variadas, obtidos de três fêmeas premiadas. "Quero, com a clonagem, multiplicar as qualidades dessas fêmeas", fala o pecuarista.
Ele explica que, contando os nove meses de gestação, a entrega do clone ao criador leva de um ano e meio a dois anos. "E o clone é entregue com pelo menos 60 dias de vida, quando já está estável." Para ele, pelo retorno que a clonagem pode dar, o investimento não é tão alto. "Se o animal vale R$ 1 milhão, R$ 50 mil pode até ser considerado barato", diz.

Pesquisa investe em 'fábrica' de clones
Objetivo da clonagem de bovinos em série é aprimorar técnica, reduzindo índices de mortalidade
Quase dez anos depois do nascimento do primeiro animal clonado brasileiro - a bezerra da raça simental Vitória nasceu em março de 2001 -, pesquisadores estudam, agora, a viabilidade da produção de clones bovinos em série. O objetivo dessas "fábricas de clones" é intensificar o acompanhamento de animais clonados, aperfeiçoar os métodos e tornar a técnica mais eficiente. A clonagem animal já é feita no Brasil, mas as altas taxas de mortalidade dificultam as pesquisas, segundo o professor da Universidade Norte do Paraná (Unopar), Paulo Roberto Adona. "É comum haver perdas de animais clonados antes do nascimento ou no parto", explica o professor.
Adona coordena o projeto de produção de clones em série da Unopar, conduzido em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade de São Paulo (USP). O projeto recebeu R$ 2,5 milhões em investimentos e, em Tamarana, na Fazenda Experimental da Unopar, foi instalada uma "fábrica", com laboratórios superequipados - há um só para a produção de embriões -, hospital veterinário e uma UTI Neonatal - o período crítico está nas primeiras 36 horas de vida dos bezerros clonados.
"Estamos conseguindo obter altas taxas de prenhezes (vacas prenhas) e de nascimentos", diz Adona. "Já se constatou que a principal causa da morte prematura de um clone não é imunodeficiência, como se acreditava, mas a infecção no umbigo. Este é só um exemplo de como a pesquisa pode avançar na área de clonagem."
As clonagens na "fábrica" de Tamarana começaram em setembro de 2009 e o primeiro animal a ter uma "cópia" foi a vaca da raça brangus Canjica. De 25 transferências de embriões clonados, sete resultaram em gestações. Dessas gestações, houve quatro nascimentos, mas apenas um clone continua vivo. Depois os pesquisadores clonaram o touro Irã, da raça girolando. Os primeiros quatro clones nasceram no fim de agosto e, em setembro, nasceram mais nove. De 13 clones, sobreviveram quatro.
Eficiência. "A clonagem precisa de muito mais estudos, mas temos conseguido resultados interessantes", diz o pesquisador da UFPA, Moysés dos Santos Miranda, idealizador do projeto junto com o professor Otávio Ohashi, também da UFPA. "Essas taxas de sobrevivência indicam um aumento de eficiência da técnica", afirma. Segundo ele, a grande dificuldade do processo de clonagem é a reprogramação do genoma. "É um procedimento super complexo e muitos embriões acabam não se desenvolvendo."
O procedimento da clonagem começa com a retirada de uma célula da pele de um animal adulto. Essa célula é colocada em um óvulo, cujo material genético foi removido previamente. O óvulo é induzido a se desenvolver, gerando um embrião contendo toda a informação genética da célula da pele que foi utilizada. Transferido para o interior de receptoras (barrigas de aluguel), o embrião dá origem ao animal clonado. "O material genético do novo embrião pertence à célula que foi retirada do animal original. De uma célula da pele, obtém-se um embrião", resume Miranda, acrescentando que o sucesso da clonagem mede-se pelos números. "O número de animais vivos é o que importa. Automaticamente, já se considera q ue esses animais são idênticos ao animal original", explica Miranda. 

PARA LEMBRAR
Clone zebuíno foi registrado há um ano. A fêmea da raça nelore Divisa Mata Velha TN 1 ficou conhecida como o primeiro clone zebuíno a ser registrado pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A fêmea foi registrada aos 3 meses de idade, em 1.º de dezembro de 2009, em Uberaba (MG). Uma das exigências para a concessão do registro é que o doador nuclear seja portador de registro genealógico de nascimento ou definitivo. O registro ocorreu seis meses depois que o Ministério da Agricultura anunciou a homologação da inscrição de zebuínos oriundos de transferência nuclear (clones) no Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas (SRGRZ). "Com o registro genealógico, o clone passou a ter valor comercial" diz o pesquisador Rodolfo Rumpf, da Embrapa.

Embrapa fez parceria com laboratório
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), está estudando a clonagem em série com a empresa de genética e biotecnologia animal Geneal, de Uberaba (MG). O convênio para os trabalhos com clonagem vai até 2015. "A parceria para clonagem foi assinada em 2006, mas começamos a operar em outubro de 2009. Até agora, o laboratório já produziu dez clones, de dois animais diferentes da raça nelore", diz o pesquisador Rodolfo Rumpf, da Embrapa. Rumpf coordenou, em 1998, os experimentos pioneiros em transferência nuclear na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Segundo ele, a tecnologia adotada no laboratório é a chamada clonagem por micromanipulação. "É a transferência nuclear clássica&qu ot;, explica. A taxa de sucesso no laboratório fechou 2010 em 3% para as fêmeas - de cem embriões, três clones sobrevivem. O índice mundial para fêmeas é de 1% a 5% e para os machos, de 10% a 12%, segundo Rumpf. "O resultado é bom e tem muito a ver com a genética do doador", diz o pesquisador. Segundo Rumpf, por R$ 2 mil é possível isolar as células de um animal de genética superior. "Essa é a primeira etapa para a clonagem." 

(Jornal O Estado de S. Paulo, Suplemento Agrícola/SP – 05/01/2011)

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