Últimosartigos

O Mapa da Inseminação Artificial no Brasil (ABS Pecplan)

Genética | 21 de Julho de 2013
por Márcio Nery – Diretor Geral da ABS Pecplan
Capítulo 1 - O Crescimento da IA nos últimos 24 Anos
Segundo as enciclopédias a inseminação artificial nasceu de uma bem sucedida experiência do monge italiano Lázaro Spallanzani, que em 1779, colheu sêmen de um cachorro e inseminou uma cadela no cio, vindo a nascer 3 filhotes. Mais de 2 séculos se passaram desde então, a IA sofreu grandes e profundas transformações e uma grande evolução tecnológica passando a ser uma tecnologia de fácil domínio e de expressiva contribuição no melhoramento genético de várias espécies animais.

No Brasil, os relatos das primeiras inseminações a nível de campo são de 1941, mas somente nos anos 70 com a entrada de empresas especializadas neste segmento é que a técnica obteve um grande impulso. Mais do que democratizar o acesso de todos os criadores a bons touros, a indústria da IA estimulou os programas de melhoramento genético e os
testes de progênie fazendo com que o nível de evolução genética dos rebanhos e por consequência os índices de desempenho dos rebanhos de corte e leite, usuários da IA, evoluíssem de forma impressionante.

Mas como evoluiu o uso da IA no Brasil nestes últimos 25 anos? Estamos crescendo? Qual é a situação atual deste mercado e as projeções para o futuro? O que precisa ser feito?
Para responder estas e outras perguntas estamos iniciando aqui uma série de artigos técnicos que chamamos de O MAPA DA IA NO BRASIL. Nesta edição iremos tratar de alguns
números e estatísticas atualizadas. Nas próximas edições iremos falar sobre Raças de Corte, Raças de Leite, Panorama Mundial, Os problemas da IA no Brasil, as Evoluções tecnológicas, o Futuro da IA e iremos encerrar com uma entrevista com importantes conhecedores do IA e do Brasil Pecuário. 

Em 1978 o mercado nacional utilizou 1,4 milhões de doses de sêmen e nos primeiros 10 anos o crescimento foi muito modesto. Apresentou uma taxa de crescimento composto anual (cc) de 2%, mas na segunda década analisada o crescimento anualizado foi de 13% e foram utilizadas 5,9 milhões de doses. Grande parte deste crescimento deve-se ao fato da entrada de novas empresas de IA no Brasil e um grande crescimento portanto da força de vendas.

Na década seguinte repete-se o fraco desempenho e o mesmo crescimento composto de 2%. Ao entrarmos na análise inicial da quarta década, temos 4 anos de análise e um
crescimento anual composto de 16%. A se confirmarem nossas previsões de crescimento próximo de 2% para 2012, teremos em 5 anos um crescimento composto de 12% e
talvez uma boa indicação de que iremos seguir o padrão de 10 anos de vacas gordas. Seguindo esta tendência e imaginando um crescimento de 10% poderemos chegar
a 2018 com mais de 18 milhões de doses vendidas no mercado interno, o que sem dúvida será uma marca considerável. 

No quadro podemos ter uma visão de como a técnica está presente em cada unidade da federação no Brasil. Os dados são referentes a uma estimativa da ASBIA 2012 e o número de cabeças são do Anualpec 2012. Para a finalidade de cálculo assumimos no leite um índice de 1,8 doses/vaca/ano e no corte 1,0 dose/vaca/ano. Consideramos o total de vacas de leite e no corte vacas e novilhas de 2 a 3 anos. Como podemos ver as variações são extremas onde temos 40% de IA nas vacas de leite do RS até valores inferiores a 1% no corte em vários estados do Brasil. Ao analisarmos o desempenho da IA no leite fica claro que nos 3 estados do sul, a influência de sua colonização e os bons programas de estímulo a IA desenvolvidos por governos, cooperativas e prefeituras conseguiram gerar os maiores índices de IA no Brasil, com 40% no RS, 26% em SC e 24% no PR. Coincidência ou não (
dará um bom debate) estes 3 estados apresentam também as melhores médias de lactações em todo Brasil. Na sequência segue-se ES também com 24% e MG com 23%.
Interessante o bom número em alguns estados como por exemplo o CE com 17% e uma pecuária de leite que vem crescendo em qualidade e já apresenta também uma média de lactação por vaca muito superior aos estados vizinhos do NE. 

No corte temos apenas 6 estados acima de 10% ( MS, PR, SP, MT, RS e AC), e a grande realidade deste setor é o uso da monta natural em 92% do rebanho. A união da IA com o TF formando a IATF deu um impulso grande desde 2007, mas ainda insuficiente para um vigoroso crescimento. Mais do que isso vimos o atrasar da estação das chuvas e a péssima condição das pastagens no Brasil parar todo este processo. No total das doses comercializadas, temos 6 estados que comercializam mais de 1 milhão de doses ano e representam 70% do total nacional. São por ordem de volume MG, RS, GO, MT, MS e PR. Na média nacional portanto, e utilizando os índices mencionados temos hoje no Brasil um índice de 17% do uso da Inseminação Artificial no Leite e 8% nas vacas de corte. É um fato inegável que este índice vem aumentando anualmente, mas ainda estamos muito longe do que o país precisa para construir uma pecuária eficiente e competitiva no cenário internacional. Considerando apenas a demanda por touros para monta natural, o aumento do uso da técnica poderá contribuir também para estas fazendas uma vez que os ´´ bois de boiada´´ darão lugar aos tourinhos filhos de IA, com melhor genética. Esta demanda anual hoje deverá estar ao redor de 335 mil tourinhos de leite e 1,7 milhões de tourinhos de corte, um verdadeiro exército a serviço ou de-serviço do melhoramento. Ao analisarmos as regiões brasileiras
observamos que graças a evolução do corte, o Centro Oeste brasileiro já é região de maior volume de comercialização de sêmen no Brasil, seguido do Sul e depois pelo Sudeste que perdeu a primeira posição. Ainda vale notar que as doses de leite comercializadas no Centro Oeste já são mais que o dobro do Nordeste.

Definitivamente o cenário potencial do país é imenso, mas com certeza as dificuldades e barreiras são também consideráveis. Na próxima edição do ABS News, iremos
fazer uma revisão sobre as raças de corte e leite e sua evolução até 2012 uma vez que até lá teremos o relatório oficial da ASBIA .


CAPÍTULO 2 - O desempenho do leite nos últimos 24 anos
O Brasil, com suas 16 milhões de cabeças de vacas de leite, representa um dos maiores rebanhos mundiais sendo o 5º. maior produtor mundial, atrás de EUA, Índia, China e Rússia. Mas, quando a questão é produtividade, nossos números ainda são muito tímidos e colocam o Brasil e seus menos de 1500 litros/vaca/ano nas últimas posições. Estes números são extremamente impactantes e contribuem para baixa rentabilidade da atividade em nosso país. Temos, entretanto, bons exemplos. Encontramos regiões onde se observa desempenhos de produtividade elevados tanto quando se mede por animal, chegando a mais de 10 mil kg/vaca/ano, ou quando se mede por área com números que ultrapassam os 40 mil kg/ha/ano. Nestes bons exemplos e nas áreas onde isso ocorre temos na Inseminação Artificial e no melhoramento genético uma importante e muitas vezes decisiva ferramenta.

A capacidade da raça HOLANDESA de, em apenas uma geração, triplicar a produtividade média encontrada pelo Brasil, faz desta raça a porta de entrada e maior vendedora de sêmen de leite. Na disputa pela segunda colocação temos a JERSEY cada vez mais demandada pelas questões dos sólidos no leite e uma raça muita adaptada ao pastoreio. O GIR LEITEIRO com seu programa de teste de progênie de mais de 25 anos conseguiu alavancar de forma impressionante a demanda por esta raça. E com um taxa de crescimento superior a 25% nos últimos anos vem o GIROLANDO, que mesmo sem contar com um teste de progênie forte e efetivo, tem credibilidade e demanda e muitos dizem que eguramente será a segunda raça em volume de vendas já em 2014.

Todos os números mostrados neste artigo demonstram claramente a necessidade de se aumentar o uso da IA nos rebanhos de leite no Brasil, mas iremos deixar para
debater os motivos e barreiras a este crescimento em outra edição. 


CAPÍTULO 3 - O desempenho do corte nos últimos 24 anos
Na última edição do ABS News fizemos uma análise da evolução da IA no leite, e nesta edição é a vez do corte. Aqui também os números são gigantescos e não comparáveis a nível mundial. As dimensões do rebanho fazem do Brasil um dos maiores produtores e o maior exportador mundial de carne bovina. Números expressivos mas que, entretanto, podem
ser melhorados à medida que o país cuidar melhor da qualidade da carne produzida e da porteira para dentro houver uma mudança importante nos números que refletem o desempenho agronômico, zootécnico e financeiro das fazendas.

O avanço da agricultura sobre as áreas de pecuária de corte é inevitável e na outra ponta temos a questão ambiental que decreta claramente que teremos que produzir nas terras que já estão abertas e nada mais será derrubado. Este empurrão já está sendo benéfico para pecuária de corte onde vemos bons exemplos surgindo por todos os lados.
Neste contexto a Inseminação Artificial novamente se apresenta como uma ferramenta extremamente importante para a mudança necessária, não apenas no aspecto genético, mas no que ela pode trazer a reboque para dentro da propriedade.

Analisando o período de 1997 a 2007 vemos um crescimento modesto no uso da IA no gado de corte, com uma taxa de crescimento composto de 3,3%. Mas a partir de 2007 uma revolução ocorreu, a IATF veio como uma locomotiva possibilitar o avanço da técnica. Quando analisamos a evolução de 2007 a 2012 temos uma taxa de 14,4%, uma verdadeira revolução. Hoje acreditamos que mais de 80% das 7,4 milhões de IA no corte são via IATF. Estes números devem crescer mais ainda quando a pecuária de corte entender que não pode depender exclusivamente da chuva para que as vacas e novilhas tenham condição corporal adequada para iniciar no tempo correto a estação de IATF.

Nas regiões de destaque da pecuária de corte, os índices de utilização da IA já são superiores aos países mais desenvolvidos tecnologicamente, entretanto este fato não deve causar estranheza uma vez que o cruzamento industrial nas áreas tropicais somente é possível via IA.

No mapa podemos ver como está distribuído o uso da IA nas diversas regiões brasileiras, bem como o % do uso da IA. Podemos observar que o crescimento foi muito forte nos últimos 5 anos, mas entretanto não foi suficiente para impedir que os índices de desempenho zootécnicos recuassem. Quando analisamos kg equivalente carcaça/rebanho total,
percebemos uma redução em todas as principais regiões de corte indicando claramente uma necessidade de rever a situação da pecuária de corte no país. Seguramente sem o apoio da IA a situação poderia ser pior.

Ao analisarmos as raças que compõe o quadro da IA no Brasil, temos que fazer isso em 2 tempos pois Nelore e Angus são definitivamente a preferência nacional. Em 2005 juntas representavam 81% do total de doses de corte e em 2012 representaram 87%. O crescimento da IA no corte está diretamente relacionada ao crescimento destes dois grupos NELORE & ANGUS. 
Seguramente temos outras raças de muita importância que estão sendo trabalhadas por seus criadores e associações e no quadro listamos as principais
em destaque onde percebe-se claramente que outro agrupamento está emergindo fortemente desde 2006 o HEREFORD/BRAFORD.

CAPÍTULO 4 - Conclusão
Nas últimas três edições do ABS News o Diretor Geral da ABS Pecplan, Márcio Nery, redigiu reportagens especiais com o objetivo de traçar um mapa atual da Inseminação Artificial no Brasil. Dados tabulados pela ASBIA e outras instituições especializadas neste mercado foram analisados, especificando a realidade dos rebanhos de corte e leite, de norte a sul do Brasil. Agora, nesta reportagem que encerra essa série de matérias, estão reunidos depoimentos de profissionais que também trabalham com a técnica e lidam diretamente com os produtores. São opiniões que podem ajudar a entender porque o índice de utilização da IA no país ainda é tão pequeno. Ao mesmo tempo sugerir mudanças de atitude e foco rofissional para que a técnica cresça de forma mais vigorosa nos próximos 10 anos.

Segundo o Presidente da ASBIA, Lino Rodrigues Filho, de acordo com a experiência das empresas que compõem a entidade, haveria pelo menos quatro alternativas de
crescimento:
• Aumentar o volume de IA realizado entre os produtores já adeptos à técnica
• Diversificar a linha de produtos e serviços oferecidos para os produtores adeptos à IA
• Ampliar o alcance da IA entre produtores que ainda não conhecem a técnica
• Levar a novos produtos e serviços novos produtores 

“Para os próximos 10 anos há uma sinalização irreversível da necessidade de redução de custos através do incremento de produtividade com a utilização de tecnologia. O setor da pecuária dentre as diferentes atividades do agronegócio - e da produção de proteínas - é aquele que oferece as maiores possibilidades de crescimento”, destaca Lino. “Enquanto na produção de cana-de-açúcar e grãos fala-se de ‘Agricultura de Precisão’, no caso da pecuária bovina observamos exemplos fantásticos de uso de tecnologia e produtividade. Há
animais produzindo 30Kg de leite diários, enquanto que a média nacional não ultrapassa 4kg por vaca. Interessante observar que no grupo mais produtivo há uma forte correlação com o uso de tecnologia, tanto na genética, como também no manejo e alimentação”, completa.

A utilização da Inseminação Artificial representa, em média, 3% do custo total de geração de um novo animal, pronto para a produção leiteira ou para o ganho de peso. 
Estudos realizados pelo Prof. Pietro Baruzzelli indicam que a utilização da IATF pode gerar um incremento de até 22% na produtividade da matriz, sem contar os benefícios de incremento na velocidade de crescimento. “Os programas de terceirização da IA com uso de IATF no gado de corte já estão mostrando o caminho de como a inseminação pode crescer: menor preocupação e necessidade de investimento por parte do pecuarista, que paga apenas por resultados comprovadamente
atingidos. O desafio é como levar modelo semelhante para o gado de leite também. Exemplos de sucesso podem ser encontrados na Índia, Reino Unido, França, Estados Unidos e até mesmo algumas regiões brasileiras como o RS”, afirma Carlos Saviani, Gerente de Marketing Estratégico da Genus ABS. “O mais importante é como fazer que o crescimento da IA seja conectado com o aumento do melhoramento genético e não apenas com a reprodução - como conseguir vacas prenhes - para que possamos gerar mais valor e com isso também captar mais valor. Em suínos, por exemplo, a IA é vista apenas como uma das ferramentas para se obter melhoramento genético. O lucro não vem da venda de sêmen ou
animais, mas sim do comprovado melhoramento que é gerado e traduzido para o produtor em ganhos financeiros”, detalha.

Três Pilares de Crescimento
Ainda de acordo com os estudos da ASBIA, o crescimento da IA entre os pecuaristas brasileiros está alicerçada sobre três pilares principais: desenvolvimento do mercado com
a busca de novos produtores utilizando a IA; informação, comunicação e cultura de valor nas cadeias produtivas de carne e leite; criação de programas de fomento da técnica junto às agências de financiamento. “A técnica IA no Brasil tem apresentado crescimento significativo nos últimos anos, porém muito aquém do potencial do setor. Novidades e aperfeiçoamento em programas de IATF, por parte da indústria de hormônios, carregam o mérito do crescimento da técnica. Outra parte importante dessa cadeia é a mão
de obra, que três características resumem bem: escassa, essencial e dispendiosa”, atesta Diego Alves Costa, Gerente de Negócios do Distrito MS da ABS Pecplan.
“As empresas de genética contribuem, há décadas, formando e capacitando novos profissionais, porém ainda insuficientes para atender a demanda dos milhões de vacas não inseminadas – algo em torno de 88% das fêmeas bovinas nunca receberam uma dose sequer de sêmen”, complementa.
Sem dúvida, com as taxas de matrizes Inseminadas no Brasil, em torno de 10%, abre-se uma oportunidade significativa de ampliação, considerando-se também o tamanho do rebanho nacional. Uma realidade que se sustenta tanto pela necessidade de sobrevivência dos produtores, de produzir mais e melhor via incremento do uso da tecnologia, assim como pelos resultados obtidos naqueles que já utilizam a tecnologia. Caso nos próximos 10 anos haja um incremento de 50% nas matrizes inseminadas, mediante a conquista de
novos produtores adeptos, todo o setor se beneficiará e atingirá elevados níveis de sustentabilidade. “Os resultados a campo comprovam que a IATF é o que
impulsiona o uso de sêmen. O que precisamos é de mais informação para a escolha dos protocolos adequados a cada rebanho. Um protocolo prático, simples e de baixo custo. Acrescentaria que a valorização de produtos diferenciados, como marcas de carne, incentiva o produtor a investir mais e buscar mais qualidade, como exemplo dos programas de carne Angus e carne Hereford”, comenta Marcelo Selistre, Gerente de Produto Corte Europeu da ABS Pecplan. “Temos que vialibizar protocolos de IATF com custos mais acessíveis para que os produtores se beneficiem a remuneração melhor por qualidade, tanto em frigoríficos quanto em laticínios. Além disso, propagar os Programas de Inseminação Artificial (PIA) por parte das prefeituras em parceria com as empresas, associações de produtores e entidades do setor, oferecendo sêmen e serviços de qualidade, inseminadores qualificados e assistência técnica a campo”, concorda Ricardo Koyama, Gerente de Negócios da ABS Pecplan no Distrito Sul.

Mais carne e mais leite
Eficientes programas de comunicação e informação são os meios para criar uma cultura de valor para a IA. Nas cadeias de leite e de corte é fundamental que se instale
a demonstração dos benefícios da tecnologia, com informações mais precisas e uma grande difusão junto aqueles produtores que ainda não recorrem às diferentes
técnicas. É necessário também, divulgar os benefícios aos diferentes profissionais envolvidos no sistema produtivo. Criar grupos de referência e demonstrar continuamente os resultados. Seria oportuno também, em cada microrregião, realizar comparativos entre grupos que não realizam o processo de IA e aqueles que aderiram à técnica. “O grande crescimento da IA nos últimos tempos está relacionado às vacas Nelore e IATF. Mas quando pensamos no leite existem mais variáveis envolvidas, pois todo dia se inicia uma estação de monta. Creio que o crescimento da IA para leite vai se concretizar quando os produtores começarem a ter acesso aos programas de acompanhamento e conhecerem melhor os índices reprodutivos de cada propriedade, aí sim orientar a atitudes para aumentar a eficiência porteira adentro”, declara Klaus Hanser de Freitas, Gerente de Produto
Leite da ABS Pecplan. “Parcerias envolvendo grupos de produtores e empresas que possam implementar uma estratégia para aumentar a eficiência reprodutiva, que
gera um aumento exponencial da produção de leite, vai encantar os produtores que nunca pensaram em inseminar pelas diversas desculpas como custo mais alto, problema de mão de obra, ineficiência da técnica, etc. Para isso precisamos de um pacote onde programa de acompanhamento reprodutivo e estratégia de implementação da IA, além da análise do resultado que é fundamental e funciona”, reflete. A produção de proteína animal é aquela que oferece menores riscos para os programas de crédito, devido à liquidez dos produtores. Entretanto, os programas existentes são excessivamente tímidos e não valorizam as garantias de crédito disponíveis. Estimular os governos estaduais e federais a desenvolverem programas de incentivo à utilização de tecnologias produtivas contribuiria significativamente ao desenvolvimento de mercado, com produtos e serviços que já estão
disponíveis de forma imediata. “Vejo uma possibilidade de crescimento muito forte nas vendas de sexado (leite e corte), desde que os preços desse sêmen sejam adequados ao mercado e os produtores utilizem os produtos com critério técnico”, reforça Odilon Resende Filho, Supervisor da ABS Pecplan no Sudeste. “Antes mesmo de implantar programas de IA temos que orientar os produtores a melhorar a nutrição animal, capacitação de mão de obra dentro da fazenda e melhora nas estruturas físicas das propriedades”,
relembra Raul Abreu, Gerente de Negócios no RS. Segundo O IBGE, há no Brasil cerca de 5 milhões de propriedades rurais e há pelo menos uma cabeça de gado em 85% delas. Essa estatística confirma a importância da pecuária (corte e leite) para a economia. “Os números da inseminação artificial no Brasil avançam, porém muito menos do que o esperado. Na verdade, essa eterna “luta contra as estatísticas da comercialização de sêmen” já teve vários capítulos, mas até o momento – sejamos
francos conosco mesmos – em que pese o incansável trabalho de alguns, como empresas de genética bovina e entidades de classes, os índices permanecemos muito
aquém do alcançado em outros países. Dois exemplos: Estados Unidos e Holanda, onde o percentual de inseminação gira em torno de 90%”, reflete Paulo de Castro Marques, Presidente da Associação Brasileira de Angus. “Entendo que seja preciso intensificar os investimentos em extensão rural, demonstrando aos pequenos e médios produtores rurais a importância de ter animais preparados – em termos de genética e de manejo – para receber essa nova tecnologia (inseminação). Assim, acredito, a informação seja a melhor alternativa para ajudar a impulsionar os índices de inseminação artificial nos próximos anos”, completa. 

Márcio Nery, Diretor Geral da ABS Pecplan, que também é vice-presidente da ASBIA, confirma que nessa série de artigos fica claro a grande oportunidade que a Inseminação Artificial tem no Brasil e as boas perspectivas de que sejam atingidas a 18 milhões de doses até 2018, ou até mesmo a 20 milhões de doses conforme soprem os ventos do mercado. “O certo é que necessitamos atuar com consistência nos potenciais fatores que possam estar impedindo uma maior evolução do uso da IA, e neste sentido temos uma análise parcial da enquete do site da ABS Pecplan deste mês. Em primeiro lugar isolado com quase 54% das respostas temos a FALTA DE MÃO DE OBRA E INSEMINADORES, o que pode e deve ser entendido também como uma necessidade de se aumentar as equipes de IATF nas áreas de corte. O interessante é que não faltam cursos de inseminação! Temos as Centrais de IA, SENAR, Sindicatos Rurais e autônomos com cursos por todo Brasil e durante todo o ano. Seguramente distâncias e custos não seriam também impedimentos. Temos portanto que entender melhor este problema e o que estamos fazendo de errado. No segundo posto com 34% podemos juntar 4 conceitos comuns mas que na sua grande maioria estão errados: CUSTO, COMPLEXIDADE DA TÉCNICA, REDUÇÃO DE FERTILIDADE e QUALIDADE GENÉTICA. Não importa se a percepção está incorreta, temos que trabalhar para mudar estes conceitos ou corrigir seu uso.

Com 12% fica a necessidade de contato com as empresas de IA, seguramente nossos agentes de campo necessitam entender de que 10% do mercado de não usuários da IA significam 6 milhões de vacas de corte e 1,5 milhão de vacas de leite. Nada mal!”, finaliza.

Resultado parcial da enquete do site.
Quais são os maiores entraves para o
crescimento da inseminação artificial no
Brasil?
1 Falta de contato com representantes das empresas de IA
2 Custo elevado em relação à monta natural 
3 Processo complexo que exige instalações e equipamentos caros
4 Redução da fertilidade e prenhês 
5 Falta de inseminadores e escolas de formação de inseminadores
6 Não existe diferença genética significativa dos touros de monta natural. 

Fonte: Artigos de autoria e cedidos pela empresa ABS Pecplan. 




IA Corte por região

Foto: Divulgação/Assessoria

IA Leite por estado

Foto: Divulgação/Assessoria

Evolução IA Leite

Foto: Divulgação/Assessoria

Mapa IA Brasil

Foto: Divulgação/Assessoria

Inseminação por estados

Foto: Divulgação/Assessoria

Evolução da IA no Brasil

Foto: Divulgação/Assessoria