Cadastre-se no site

Cadastre-se e fique informado em primeira mão sobre os principais acontecimentos da Assessoria Agropecuária
Porto Alegre, 19/09/2024

Redes sociais

Agendade eventos

Últimosartigos

Cartão vermelho aos prepúcios - Parte I

Reprodução | 14 de Dezembro de 2013
Pedro Gonzalez Brasil, Médico Veterinário
Técnico Licenciado pela ABHB

Paradoxalmente inicio este artigo essencialmente técnico, com um dito popular: quem avisa amigo é!
Em meu currículo profissional, tive a honra de julgar, em seu auge, a raça Santa Gertrudes, em Esteio, Ribeirão Preto e Recife, convites estes advindos da procura daqueles criadores pelas normas e orientações técnicas de seleção por fertilidade, que pioneiramente, como sempre, nossa Associação Brasileira de Hereford (ainda não constava o Braford) determinava a tatuagem de ventres com prenhez ou cria ao pé e touros com atestado de fertilidade.

Nestes parâmetros de seleção por fertilidade, preocupava-nos a correção dos prepúcios, pois era comum encontrar touros com cirurgia de redução do prepúcio, espero que não estejamos indo no mesmo caminho...

“Alguns” de nossos jurados estão tendo o critério de penalizar animais com excesso de prepúcio, por si só, isso já é um sinal de alerta.
Infelizmente estamos absorvendo o palavrear dos países vizinhos:

- que o prepúcio não deve ultrapassar a linha do jarrete.
- que o importante é que o maneje bem
- que o importante é a angulação (45°)
- que o importante é a boca prepucial para frente.

Aparentemente, animais com mais barbela e prepúcio, são mais vistosos e carniceiros. Não esqueçam que o olho engana muito e que a zootecnia é mais ciência do que dom ou arte.
Para mim, como veterinário, prepúcio próximo à linha do jarrete (3-4) já é problema, é um risco de vida útil e funcional deste reprodutor, pois uma coisa é coletar um touro em central de Inseminação Artificial, onde a mão do veterinário ajuda a introdução na vagina, bem distinto do touro em serviço de monta a campo, pior em campos sujos.

Transcrevo as palavras do senhor Marcelo Silva, respeitado leiloeiro e grande conhecedor de touros: se queres vender touros no Brasil Central, não leve touros com qualquer vestígio de peleje e nunca prepúcio mais de 2, pois com o calor o prepúcio distende e ninguém irá comprá-los. Sábias palavras, que tenho como conhecimento técnico.

Encontramos na Revista Braford da Argentina, n° 65, página 56, trabalho científico (INTA MERCEDES), sob o título La Importancia Funcional Del Prepucio em Toros Braford: el tamaño y forma del prepucio afecta directamente el numero de saltos necessários para completar uma monta.

Assim a conclusão é que para cada ponto de prepúcio, o touro necessita um salto e meio a mais para completar a monta, pelo que touros com prepúcio maior de 3, devem ser descartados.

As notas para Tamanho de umbigo são de 1 a 5.
 
Escores Descrição
1 Correto
2 Bom
3 Regular
4 Admissível
5 Inaceitável
 
 

Como profissionais ou homens de campo, todos estamos acostumados a ver que primeiro o touro leva algum tempo de excitação antes de tentar o salto, que normalmente não se faz completo no primeiro salto, principalmente se em primiperas, mas sim no segundo ou terceiro salto. Portanto é contundente o fato de que touros prepúcios 3 a 4, necessitando 1,5 salto a mais para cada grau de prepúcio, necessitam de vários saltos para completar o serviço, com o consequente prematuro esgotamento físico, com grande impacto negativo nos índices de reprodução.

Como então encontrarmos tantos touros prepuciudos? Inclusive campeões? E em centrais de IA?
Os conceitos de Bonsma sobre anatomia e fisiologia da reprodução aplicadas na seleção zootécnica serão eternos, como a Sagrada Bíblia.
Não podemos perder o diferencial do nosso Braford brasileiro, entrando no jogo de aumentar os prepúcios para obter mais carne, com os consequentes e inevitáveis problemas de reprodução.
Espero jamais escutar de um técnico ou criador brasileiro, o que escutei recentemente de um jovem técnico argentino (colegas e amigos que lá tenho). Dr. Pedro, será possível reverter esta situação? Pelo que lhe respondi: os animais não têm culpa de nossos erros de seleção. Primeiro temos de começar pelo homem, principalmente por vocês, jovens profissionais...

Publicado no informativo Pampa Pampiano (Ed. XII, Novembro 2013)

Maisartigos

  • Plano Genético: maternal, terminal ou bombril?

    Genética | 15 de Setembro de 2024
    Foto: Divulgação/Assessoria
    Em recente encontro sobre IATF organizado pela empresa ABS, em Rosário do Sul (RS), discutiu-se um tema muito interessante: Plano Genético e Genéticas Maternal ou Terminal. A proposta é usar algumas linhagens direcionadas à reposição de fêmeas (maternais) e outras à engorda (terminais). Adotar o mesmo touro para...
  • EUA: Angus divulga DEPs de pesquisa para escore de úbere

    Informação | 10 de Setembro de 2024
    Foto: Divulgação/Assessoria
    Por Dr. Bob Hough, correspondente do WLJ   Em uma indústria que tem buscado maximizar pesos e características de carcaça, os produtores estão rapidamente se conscientizando da importância de características funcionais como correção estrutural, temperamento, capacidade de produção, saúde e vigor, perda de pe...
  • Pecuarista: responda aos guris

    Informação | 15 de Agosto de 2024
    Foto: Portal DBO
    Por: Fernando Furtado Velloso

    Saudações a todos. Agradeço à DBO pela oportunidade desta coluna, onde apresentarei informações técnicas e ideias sobre pecuária, com o sotaque do Sul. Aos poucos,  nos conheceremos melhor. Eu saberei mais sobre o que vocês apreciam ler e vocês, sobre meu jeitão de pensar e escrev...
  • Adequando a genética do gado ao ambiente

    Informação | 14 de Agosto de 2024
    Foto: Divulgação/Assessoria
    Como o gado adaptado à sua região pode oferecer um incentivo econômico aos produtores?

    "Vale a pena tentar combinar sua genética com o ambiente?" Jared Decker, titular da Gênomica Animal na Universidade do Missouri, levantou a questão durante sua apresentação no Simpósio da Beef Improvement Federation (BIF) em ...
  • Nova escultura do criador do "Touro de Ouro" da Bolsa de Valores Brasileira, B3, homenageia pecuária nacional

    Informação | 18 de Julho de 2024
    Foto: Divulgação/Assessoria
    Um estilo marcante nas obras do artista plástico Rafael Brancatelli é o fascínio pela natureza e pelos animais, representado em pinturas e esculturas, algumas quase colossais. Um exemplo é o touro com cerca de quatro metros de comprimento encomendado pelo empresário Bruno Grubisich. Esse não é o famoso “touro de...

Nossosparceiros

Nossosclientes

Redes sociais