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Reposição de matrizes F1 e Tri-Cruzadas (CRI Genética)

Informação | 01 de Junho de 2016

Reposição de matrizes F1 Tri-Cruzadas (CRI Genética)

Foto: Divulgação/Assessoria

A fêmea zebu é a matriz que se adapta melhor às condições climáticas e nutricionais do Brasil, o que permitiu o grande sucesso do cruzamento industrial. Quando usamos sêmen de Angus em uma vacada Nelore somos beneficiados pela heterose e pela complementaridade. O zebu é Bos Indicus e os taurinos Bos Taurus, ambos bovinos, porém com características muito diferentes e que, no cruzamento, se complementam. 

Os animais F1, provenientes do cruzamento do zebu com o taurino, possuem 50% de sangue zebu e 50% de sangue taurino, ou seja, possuem o máximo de heterose. O F1, ou ½ sangue, apresenta ótima capacidade de ganho de peso, qualidade de carne, precocidade de terminação e sexual, características provenientes do taurino, e adaptação a altas temperaturas, baixa exigência nutricional, resistência a endo e ecto parasitas e habilidade materna, provenientes do zebu. 

Inicialmente, era muito comum ver todos os produtos F1, machos e fêmeas, serem destinados ao abate, porém com o melhoramento dos programas nutricionais e a necessidade de se produzir mais bezerros, alguns pecuaristas começaram a usar as fêmeas F1 como matrizes. Essa fêmea tem características maternas muito interessantes,pois produz muito leite e é muito precoce sexualmente (podendo apresentar cio aos 12 meses, ou antes). Cabe lembrar que essa matriz F1, quando adulta, será uma vaca pesada, perto de seus 600 kg, por isso muitos optam por tirar apenas duas crias e depois descarta-las. 

Nesse momento esbarramos em uma pergunta:qual raça usar na F1?

Antes de definir o que usar na F1, devemos ter em mente que o produto deste cruzamento não terá o máximo de heterose e complementaridade, pois naturalmente apresentará composição de sangue pouco maior de meio sangue até ¾ zebu ou ¾ taurino. Assim, a definição da raça para uso na F1 depende do objetivo final do produtor, ou seja, se irão todos para abate ou se há necessidade de repor matrizes.

Se pretende levar ao abate todos os produtos tri-cruzados e possuir um sistema de produção intensivo (confinamento), pode-se optar pelo uso de raças taurinas. No caso de abate de todos os produtos, porém com sistema menos intensivo (suplementação a pasto), pode-se usar raças bi-mestiças, como Braford, Brangus ou Bonsmara, que não é bi-mestiço,
mas apresenta metabolismo similar. 

Quando há necessidade de se repor matrizes, a escolha da raça para usar na F1 deve considerar outros aspectos. As fêmeas tricruzadas passarão toda sua vida em regime de pastagem, por isso devem ser adaptadas ao clima e terem resistência a endo e ecto parasitas, além de, logicamente, terem de produzir um bezerro anualmente. Nesse caso, raças zebuínas são boas opções, pois vão produzir uma fêmea ¾ zebu ou até raças adaptadas, como Caracu e Senepol, que também apresentarão adaptação avantajada em relação à outros compostos ou sintéticos taurinos. 

Para qualquer das raças citadas e seu uso em novilhas F1, precisamos observar a facilidade de parto. Originalmente, zebuínos não nascem pequenos, logo para novilhas devemos restringir ao uso das raças Nelore e Sindi. Em ambas, deve-se preferir, se disponível, touros com DEP (diferença esperada na progênie) para Peso ao Nascer (PN) negativas, pois indicam baixo peso ao nascimento e, se já for um touro provado com alta acurácia, teremos ainda mais confiança. Para vacas, pode-se usar todos os zebuínos. Cuidado com a suplementação no terço final de gestação, pois aumenta o peso do feto e pode gerar problemas de parto mesmo com touros de PN negativo.

Vale lembrar que os machos tri-cruzados, ¾ zebu ou tri-cruzados com raças adaptadas são animais de menor exigência nutricional, então podem ser recriados a pasto, porém terão desempenho inferior aos produtos F1. Pelo grau de sangue é normal ter carcaças mais leves e não apresentarem marmoreio, característica pouco encontrada nos zebuínos ou adaptados. 

Fonte: CRI Genética, por Juliana Ferragute e Daniel de Carvalho 

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