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Exportações de carnes recuam em semestre turbulento no Brasil

Carne | 07 de Julho de 2017
Operação Carne Fraca, delação da JBS e instabilidade da economia trouxeram incertezas ao mercado, que tenta se recuperar no segundo semestre.

Nem as previsões mais pessimistas para o mercado de carnes no primeiro semestre se aproximaram do cenário turbulento visto nos últimos meses. O ano que começou assombrado pela redução do consumo por conta da retração econômica ganhou ingredientes dignos de ameaçar a liderança mundial brasileira no segmento de proteína animal. Ainda se recuperando dos estragos causados pela Operação Carne Fraca e pela delação premiada da JBS, o setor quer arrumar a casa e voltar aos patamares de crescimento que o alçaram ao topo mundial.

Até o final de março, quando a Polícia Federal tornou pública investigação de irregularidades na fiscalização de frigoríficos, os embarques de carne de frango vinham crescendo 12% e de suína quase 40%, na comparação ao primeiro semestre de 2016.

– Os números vinham em um ascendente impressionante até a operação Carne Fraca – recorda Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Passado o choque inicial, com embargos temporários, as indústrias brasileiras conseguiram retomar os principais mercados importadores, como Ásia e Europa. Apenas cinco países, com pouca expressão, mantiveram as suspensões: Albânia, Santa Lúcia, Zimbábue, Benin e Congo.

– Mas estamos dando explicações até hoje, e continuaremos fazendo isso por um bom tempo _ prevê Turra.

Com a operação policial, os embarques de carne de frango in natura, processada e embutida fecharam o semestre com queda de 6,4%, em relação ao mesmo período de 2016, segundo dados da ABPA. Apesar da redução no volume, a receita cresceu 5,9% sobre o primeiro semestre do ano passado.

– A demanda forte lá fora e a qualidade da nossa carne ajudaram a segurar a receita, além do câmbio ter contribuído também – analisa Turra.

Na carne suína, o impacto nas exportações foi menor, com redução de 2,5% em volume no primeiro semestre. Em receita, houve acréscimo de 29,1%. O menor reflexo se deve, entre outros fatores, à Rússia, principal parceiro comercial do produto, que manteve as compras. O país é destino de quase 40% dos embarques de carne suína.

O choque na confiança afetou também o mercado interno, com desaquecimento do consumo, especialmente de produtos embutidos e industrializados, destaca Camila Ortelan, pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP).

– O preço da carne suína era recorde até fevereiro, quando a demanda estava em alta. Depois, houve recuo médio de 20% no valor pago ao produtor, dependendo da região _ informa a pesquisadora.

Carne bovina é a mais afetada

Entre as carnes, a bovina foi a mais impactada pela turbulência do semestre _ nos mercados interno e externo. O volume dos embarques no período caiu 8%, na comparação com os seis primeiros meses de 2016, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

– A incerteza fez com que diversos frigoríficos suspendessem abates e diminuíssem produção _ conta Gabriela Tonini, gerente de projetos da Abiec.

Se para os setores de frangos e suínos a Carne Fraca foi prejudicial, para a carne bovina teve ainda o recente embargo dos Estados Unidos para a compra in natura do produto e o escândalo JBS _ maior processadora de carne bovina do mundo.

– O escândalo mexeu com o maior player do mercado, principal comprador de carne no Brasil – frisa Alex Lopes, consultor da Scot Consultoria.

O excesso de oferta fez o preço do quilo do boi gordo pago ao produtor cair 11,5% no país no semestre, segundo a consultoria. No Rio Grande do Sul, a queda foi menor, de 3,4%, pelo fato de a JBS não ter frigoríficos no Estado. Lopes destaca, ainda, que o principal mercado de carne bovina é o consumo interno. Hoje, 80% da produção fica no país:

– Se não houver melhora interna da economia, o mercado não conseguirá reagir. A carne bovina é mais suscetível à crise. Passado o semestre, analistas e indústrias preveem cenário um pouco melhor – em todas as carnes.

– Os preços tendem a se recuperar no segundo semestre, quando as exportações costumam ser maiores – afirma Camila Ortelan, do Cepea.

Isso, claro, se a economia brasileira não piorar e novos escândalos não vierem à tona.

Fonte: Zero Hora

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