Cadastre-se no site

Cadastre-se e fique informado em primeira mão sobre os principais acontecimentos da Assessoria Agropecuária
Porto Alegre, 19/04/2024

Redes sociais

Agendade eventos

Últimosartigos

Cuidados no manuseio do sêmen congelado

Genética, Informação | 08 de Janeiro de 2018

Cuidados no manuseio do sêmen congelado

Foto: Alta Genetics

*Por Neimar Correa Severo, responsável técnico da Alta

O manuseio adequado do sêmen congelado é essencial para manter ótimos resultados nos programas de inseminação artificial, tanto com sêmen sexado como com o sêmen convencional. Para manter a alta qualidade do sêmen adquirido da Alta Genetics, o técnico inseminador deve prestar atenção em muitos detalhes durante o manuseio do sêmen congelado.

Como o sêmen congelado é embalado e armazenado?

O sêmen congelado é embalado em palhetas plásticas, conhecidas como palhetas médias, com volume útil de 0,50 mililitros, e palhetas finas, com volume de 0,21 mililitros, para o sêmen convencional. As palhetas são armazenadas em hastes de alumínio chamadas “raques” ou em “globets” plásticos, contendo dez palhetas por haste para o volume de 0,50 ml e 20 palhetas por haste para o volume de 0,21 ml. A parte superior da haste ou raque é identificada com um código de duas letras (raça abreviada) e o número do touro na central. O procedimento para o manuseio é o mesmo para ambos os volumes de sêmen. Os containers de alumínio ou botijões de armazenagem contêm nitrogênio na forma líquida a 196ºC negativos de temperatura.

Como devo manusear o sêmen durante a sua retirada do botijão?

Para evitar manuseios desnecessários, deve ser feito um inventário detalhado do sêmen, para que as palhetas possam ser localizadas facilmente e retiradas rapidamente do botijão, evitando exposição demasiada à temperatura ambiente. Toda a raque contém o número de identificação do touro na Alta Genetics, o que facilita a localização do sêmen. A caneca que contém o sêmen deverá ser levantada até no máximo cinco centímetros abaixo da boca do botijão para que a dose seja retirada. Nesse manuseio é essencial o uso de uma boa pinça para remover a palheta. O tempo total para a retirada do sêmen de seu interior não deve ser superior a dez segundos para qualquer tipo de embalagem (palheta média ou fina). Caso não consiga identificar o sêmen e retirá-lo em dez segundos, deve abaixar a caneca até o fundo do botijão e dez segundos depois recomeçar a operação. Após retirar o sêmen do botijão, nunca o deixe sem a tampa, para evitar evaporação do nitrogênio líquido.

Por que devo evitar a exposição do sêmen à temperatura ambiente?

Porque as alterações causadas nos espermatozoides, tanto na motilidade como nas membranas citoplasmáticas, ocorrem acima de 79ºC negativos. Essas lesões não voltam ao normal depois que o sêmen retorna para a temperatura do nitrogênio líquido. A palheta fina é mais sensível e manuseios errados provocam alterações na temperatura interna da palheta, com perda na qualidade e redução da fertilidade. O menor diâmetro a torna mais sensível a erros de manuseio. Lembre-se que a temperatura ambiente afeta o tempo de exposição do sêmen na boca do botijão. Em temperaturas ambientes de 36ºC, os efeitos são mais prejudiciais do que em temperaturas ambientes de 18ºC, por exemplo. Correntes de vento direto na boca do botijão de armazenagem também prejudicam a qualidade do sêmen.

Qual a temperatura ideal para descongelar o sêmen?

Após remover a palheta do botijão, sacuda-a rapidamente para retirar a bolha de nitrogênio que fica no tampão de algodão no final da palheta e coloque-a na água morna entre 35 e 37ºC, mantendo-a pelo menos 30 segundos mergulhada na água antes de retirá-la para o uso. Utilize a pinça plástica para remover a palheta da raque. É importante checar a temperatura da água do banho antes de descongelar a palheta. Lembre-se sempre que a água deve estar entre 35 e 37ºC.

Eu descongelo o sêmen direto na vagina da vaca. Tem algum problema para a qualidade do sêmen?

Sim. O método ideal para descongelar o sêmen é na água morna entre 35 e 37ºC, por no mínimo 30 segundos. Muitos estudos comprovam que nenhum outro método se mostra tão eficiente no campo como o banho na água morna na temperatura indicada acima. Quando o sêmen é descongelado em outros métodos, como no bolso, na vagina da vaca, na mão ou em água na temperatura ambiente, o tempo de descongelamento do sêmen é maior, provocando danos nas muitas estruturas sensíveis do espermatozoide, pela reorganização dos cristais de gelo durante a reversão do processo de congelamento. Na temperatura entre 35 e 37ºC, por no mínimo 30 segundos, a velocidade de descongelamento é rápida o suficiente para evitar que os cristais de gelo provoquem lesões nas membranas do espermatozoide, promovendo uma sobrevivência maior de células viáveis, com melhor qualidade do sêmen.

Nunca devo descongelar mais de uma dose de sêmen ao mesmo tempo?

Caso seja necessário, descongele o número de doses que possam ser utilizadas dentro de cinco minutos, no máximo. A vantagem de descongelar em água morna só se mantém se o sêmen for usado logo após o descongelamento. Na verdade, não é o número de doses descongeladas, mas sim a capacidade do inseminador, bem como as condições das instalações de contenção, que vão determinar a quantidade de doses descongeladas ao mesmo tempo. Num programa de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) bem conduzido, podem ser descongeladas até cinco doses por vez. É importante lembrar que isso só pode ser feito em descongeladores eletrônicos com bom volume de água.

Posso sacudir a palheta antes de cortar a ponta lacrada?

Pode. Sacudir a palheta ajuda a mover a bolha de ar para a ponta lacrada, diminuindo a perda de sêmen em torno de um a cinco por cento, não danificando os espermatozoides.

Depois de descongelar o sêmen, não é necessário protegê-lo mais?

Errado. Mesmo depois de descongelar o sêmen, devemos proteger os espermatozoides contra o choque térmico. Em ambientes frios, devemos aquecer o aplicador de sêmen, friccionando-o com a mão, e em ambientes quentes, devemos evitar o calor excessivo, porque ambos podem reduzir a fertilidade. Até a aplicação na vaca o sêmen deve ser protegido do choque térmico.

Algumas empresas recomendam o descongelamento do sêmen para o transporte na água morna por várias horas. Posso fazer isso?

Não. O sêmen congelado só pode ser transportado no nitrogênio líquido. É um erro recomendar o transporte de sêmen na água morna entre fazendas, mesmo que estejam próximas uma da outra. Acontece que os espermatozoides descongelados, quando mantidos na água morna, entre 35 e 37ºC, perdem vitalidade à medida que o tempo passa. Eles gastam sua própria energia e, depois, trocam substratos com o diluente, tornando o ambiente desfavorável para sua sobrevivência. O tempo máximo recomendado para permanecer na água morna é cinco minutos entre 35 e 37ºC.

O sêmen armazenado em “globet” plástico tem mais qualidade que o sêmen armazenado na raque?

Sim. O “globet” plástico protege adequadamente o sêmen durante o manuseio nas transferências e retiradas do botijão, pois mantém as palhetas mergulhadas no nitrogênio líquido, com uma boa margem de segurança, desde que obedecidos os dez segundos de exposição no gargalo do botijão, conforme a resposta número dois.

Posso avaliar o sêmen na própria fazenda?

Não. A avaliação de sêmen é um trabalho difícil, que exige muitos cuidados, antes e durante a análise da amostra, para que dê bons resultados. Se o veterinário não é suficientemente treinado em manuseio de sêmen congelado, estimativa de motilidade, contagem de células em câmaras hematimétricas e morfologia espermática, é provável que ocorrerão erros na interpretação da qualidade da amostra analisada. O melhor é encaminhar a amostra para o laboratório da Alta Genetics, que fará a reanálise do sêmen.

*Médico veterinário pela Universidade da Região da Campanha (Urcamp) e especialista em Produção e Reprodução de Bovinos pelo Instituto Qualitas da Universidade Castelo Branco (UCB).

Fonte: Alta Genetics 

Maisartigos

  • EUA: A incrível história da carne bovina de qualidade

    Informação | 18 de Abril de 2024
    Foto: Beef Magazine
    Ted Schroeder, da Kansas State University, oferece uma interpretação e compreensão detalhadas da evolução das informações econômicas relacionadas à demanda do consumidor por carne bovina.

    Durante quase quatro décadas, trabalhei com a indústria pecuária e de carne bovina para ajudar a interpretar e compreende...
  • Austrália: Descobrindo o seu próximo touro com o apoio da genômica

    Informação | 16 de Abril de 2024
    Foto: Divulgação/Assessoria
    A busca por um novo reprodutor de rebanho pode se tornar exaustiva. O número de touros disponíveis para seleção dentro das raças é bastante impressionante.

    Por exemplo, durante a temporada de vendas de touros na primavera de 2023, pelo menos 15.000 touros foram vendidos em leilões. Se o grande número de touros v...
  • Austrália: Quanto foco deve ser colocado em AOL?

    Carne, Informação | 09 de Abril de 2024
    Foto: Divulgação/Assessoria
    A área de olho de lombo (AOL) é uma característica frequentemente discutida pelos produtores como uma característica desejável para incluir em suas decisões de seleção. No entanto, compreender a razão pela qual essa característica é tão desejável geralmente resulta em algumas respostas geralmente vagas.
    Pri...
  • Austrália: alternativas para prever o peso ao nascer em sistemas extensivos

    Informação | 05 de Abril de 2024
    Foto: Divulgação/Assessoria
    Em qualquer sistema de criação de bovinos, o principal fator de produtividade e lucratividade é determinado pelo número de bezerros que podem nascer e podem ser criados até o desmame e até o peso de venda.
    Existem vários problemas que podem em um rebanho para impactar isso. No entanto, um dos mais importantes, ta...
  • Austrália: Precisamos repensar os escores de frame?

    Informação | 03 de Abril de 2024
    Foto: Divulgação/Assessoria
    O aumento gradual no peso das vacas adultas não é um fenômeno restrito apenas à Austrália.

    Internacionalmente, tem havido uma tendência muito clara de aumento do peso das vacas maduras na maioria das raças de corte. Em 2021, o Dr. Dan Burskirk, da Michigan State University, nos EUA, publicou um artigo questionand...

Nossosparceiros

Nossosclientes

Redes sociais