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Crise faz brasileiro comer menos carne bovina

Carne, Informação, Mercado | 12 de Novembro de 2018
Desemprego e queda da renda reduziram consumo, levando a preços mais baixos no campo

A queixa dos pecuaristas de queda no preço do gado nos últimos anos encontra boa parte da explicação no prato dos brasileiros. O aumento do desemprego e a queda da renda durante a crise atravessada pelo país diminuíram a frequência da carne bovina na mesa. O consumo per capita anual chegou ao auge de 46 quilos em 2006, época em que a economia bombava e a classe média crescia. De lá para cá, caiu 18,4% e, ano passado, chegou a 37,51 quilos. Os números, elaborados pela Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, levam em consideração dados sobre abate, exportação, importação e número de habitantes.

Destino de cerca 80% da produção, o mercado interno fraco é a principal explicação para a propensão menor dos brasileiros de comprar, embora problemas sanitários que truncaram exportações e mudanças de hábito de alimentação, devido ao crescimento de veganos e vegetarianos, também expliquem o fenômeno. Mas o preço mais caro e a renda no osso, causada pela perda de poder aquisitivo, são os principais fatores. De 2006 a 2017, por exemplo, o consumo de carne suína e de frango, mais baratas, subiu 16,5% e 13,2%, respectivamente.

– Em uma escala de 0 a 10, pelo menos dois terços da razão está na renda. Quando a população tem mais dinheiro, consome mais carne bovina – diz o pesquisador de pecuária de corte Thiago Carvalho, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), ligado à Universidade de São Paulo (USP).

Carvalho sustenta que a queda na procura na carne bovina só não foi maior porque a população que mais sofreu com a crise, após a ascensão social experimentada a partir da última década, migrou de cortes mais caros para mais baratos – na tentativa de manter o hábito. Segundo o pesquisador, cada vez que a renda sobe 10%, o consumo de carne bovina de primeira cresce 6,23%, enquanto o impacto na de segunda é bem menor, de 1,69%, o que mostra a influência da renda no comportamento do brasileiro.

No açougue San Remo, no Mercado Público, um dos pontos de maior circulação de consumidores na Capital, o gerente Luiz Brauna confirma o que mostram os números.

– Nos últimos anos, a carne de primeira ficou para trás, e as pessoas começaram a comprar um pouco mais de segunda. E frango e porco, mais baratos – conta Brauna.

Na terça-feira pela manhã, o operador de cargas Luis Fernando Lopes Serafin, 27 anos, fazia as compras de carne para a semana. Nos últimos anos, conta, a renda não acompanhou os demais gastos do orçamento doméstico e a saída foi mudar um pouco o cardápio.

– No churrasco, trocamos a picanha pela costela. Para o dia a dia, a carne de bife por agulha ou paleta – conta.

A dona de casa Cintia Silveira Oliveira, 40 anos, também confirma que a busca passou a ser por fazer economia:

– Compramos mais frango, pelo preço.

A boa notícia é que, salvo novos contratempos na economia, o pior parece ter passado. Após quatro anos seguidos de queda, o consumo per capita de carne bovina ficou estabilizado no ano passado, quando o PIB brasileiro, mesmo que de forma tímida, avançou 1%, após queda acumulada de 7,2% em 2015 e 2016. Com a expectativa de que a atividade continue melhorando neste ano e no próximo, a projeção de Cogo é de avanço no consumo de carne bovina no Brasil.

Para 2018, os números indicam estagnação, na ordem de 37,6 quilos por habitante. Mas, para 2019, pode chegar a 38,3, crescimento de 1,8%. Números de Carvalho, do Cepea, indicam a mesma tendência, com a projeção do consumo voltar à casa dos 39 quilos em 2019, retornando ao patamar de 2011.

Estudo de Cogo finalizado neste mês indica que, no mundo, o consumo da carne bovina avança, mas a taxas menores do que as concorrentes. Ele estima que, ao final de 2019, a produção mundial crescerá 9% no intervalo de uma década, contra 25% no frango e 11% na suína. A migração beneficia principalmente o frango.

Apesar do avanço no consumo total de carnes (bovina, suína e de frango) no país desde meados da década passada, em um recorte mais curto de tempo a frequência também minguou. O pico, conforme levantamento, foi observado em 2011: 100,4 quilos por habitante. Ano passado, fechou em 93,4 quilos, recuo de 7%.

Fonte: Gaucha ZH

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