Foto: CarneTec
O acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia (UE) anunciado na sexta-feira (28) deverá elevar as vendas de carnes brasileiras para o bloco europeu, beneficiando o setor, segundo representantes da indústria.
As condições do acordo, fechadas após duas décadas de negociações, estabelecem uma cota de exportações de carne de frango de 180 mil toneladas em 12 meses, e a viabilização de embarques para carne suína e ovos processados para os europeus, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
O acordo também definiu uma cota de 99,9 mil toneladas para a carne bovina do Mercosul, e possibilita redução da tarifa intracota, segundo o jornal Folha de S.Paulo. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) não deu detalhes sobre essas cotas na sexta-feira (28).
“O ano de 2019 marca um novo momento para o setor de proteína animal do Brasil, com a possibilidade de embarcar um fluxo maior para um dos mais relevantes mercados consumidores globais”, disse o presidente da ABPA, Francisco Turra, em nota.
“Ao mesmo tempo, o acordo pontuará critérios mais justos e transparentes nos negócios entre os dois blocos.”
O diretor executivo da ABPA, Ricardo Santin, disse que “o volume acordado é expressivo, suficiente para que o Brasil mantenha sua posição com parceiro em prol da segurança alimentar europeia”.
A Marfrig, segunda maior empresa de carne bovina do mundo, com operações nos principais países produtores da América do Sul, disse que o acordo deve ter um impacto “bastante positivo” para a companhia.
“Ainda é preciso avaliar qual será o critério de rateio entre os países do Mercosul e entre as empresas nesses países, mas, com certeza, vamos ter aumento nas exportações. No caso da Marfrig, temos a vantagem de ter plantas habilitadas e com perfil exportador no Brasil, Argentina e Uruguai”, disse o CEO da Operação América do Sul da Marfrig, Miguel Gularte, em comentário enviado à CarneTec pela assessoria de imprensa da empresa.
A BRF, maior exportadora global de carne de frango, espera que o acordo tenha impactos benéficos para o setor agropecuário brasileiro.
“O trabalho realizado pelo Itamaraty, com participação direta da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é positivo para o cenário econômico deste e dos próximos anos, mesmo não sendo possível avaliar o impacto para a empresa neste momento”, disse a companhia em nota.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), que representa o setor de carne bovina nacional, disse à CarneTec por meio da assessoria de imprensa que ainda estava avaliando os detalhes das bases do acordo.
A assessoria da JBS disse que a empresa não iria comentar sobre o tema, e a Minerva não pôde comentar imediatamente.
Fonte: CarneTec