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Genética Nacional: Panorama dos touros Angus e Brangus nas centrais de inseminação

Genética, Informação, Mercado | 16 de Setembro de 2019

Angus, Nelore e Brangus dominam o mercado de inseminação de bovinos de corte no Brasil. Exagero? Vamos aos números. Conforme a ASBIA, em 2018, as raças de corte venderam, no Brasil, aproximadamente, 9,6 milhões de doses. Da raça Angus, 4,9 milhões de doses foram vendidas; seguida por Nelore, com 3,3 milhões; e Brangus, com 485 mil. Somadas, as três chegam em 5,4 milhões de doses, ou 90% do mercado. Todas as demais raças brigam pelos 10% restantes. Esse quadro foi confirmado novamente pelos dados tabulados pela ASBIA no primeiro semestre de 2019: Angus, Nelore e Brangus seguem sendo as raças mais importantes na comercialização de sêmen de corte no País.

O propósito deste texto não é polemizar sobre raças, mas, com dados, justificar a importância de compreender melhor a participação de touros nacionais nas centrais de inseminação.

Para o grupo Nelore (Padrão, Mocho, Puro e CEIP), a produção é toda nacional. Mas, para Angus e Brangus, a participação do produto importado é importante (superando 60%, no caso do Angus), com origem nos EUA, no Canadá e na Argentina (nesta ordem). Há uma oportunidade para os selecionadores brasileiros ocuparem mais espaço com touros de qualidade apropriados à necessidade da pecuária brasileira. Apesar de muitos criticarem a terminologia, pois muitos reprodutores têm pai e avô maternos importados, entendo que os touros selecionados no Brasil representam a “genética nacional”, já que são os animais que melhor desempenharam em nosso ambiente e sistema de produção. Neles estão os genes que nos interessam.

Buscando compreender melhor a importância dos touros nacionais (Angus e Brangus) no mercado de inseminação, realizamos, pelo segundo ano, um levantamento simples dos touros nacionais ativos nas diferentes centrais de inseminação. Algumas das empresas possuem os seus próprios centros de coleta e congelamento, e outras realizam esse trabalho em empresas terceirizadas. Os dados nos permitem mapear a quantidade por raça, empresa, fornecedores mais representativos, touros pais mais influentes, idade dos animais, entre outros dados. Aqui, estamos publicando somente algumas informações, mas, em breve, disponibilizaremos, na internet, os dados completos, incluindo as DEPs, para que os animais possam ser devidamente analisados e comparados.

Os números simples apresentados no quadro já nos permitem fazer algumas considerações:

1. O total de touros Angus e Brangus nacionais ativos no Brasil está na casa dos 200 reprodutores. Se for necessária a renovação anual de 20% a 30% desses animais, temos espaço para 40 a 60 novos doadores de sêmen anualmente. Como o mercado de IA tem crescido nos últimos anos, não é excesso de otimismo contar com números superiores na demanda anual por touros novos. Área que pode ser bem explorada pelos selecionadores e associações de raça;

2. No total geral (Angus + Brangus), duas empresas (Alta e CRV Lagoa) possuem, em suas baterias, quase 50% dos reprodutores, indicando uma forte concentração a ser compreendida;

3. Somente na raça Angus há uma participação maior das empresas Alta e CRV Lagoa. Para o Brangus, as empresas com maior número de touros são Alta, Cort e Genex.

Aproveitando a ocasião da Expointer, lançaremos esse levantamento em um impresso com a listagem dos touros e parte de seus dados (idade, pai, avô materno etc). Da mesma forma que o Top 100 – Os Maiores Vendedores de Touros no Brasil, esse levantamento de touros Angus e Brangus nacionais nas centrais de inseminação é um trabalho muito simples de reunir informações e tabular de forma organizada. Com o passar dos anos, teremos o histórico da evolução ou involução das raças, das empresas etc. A tabulação dos índices genéticos também nos permitirá compreender melhor a evolução do produto e as demandas do mercado, pois os touros novos nas baterias são o reflexo do que o mercado vem pedindo.

Com informações atualizadas e organizadas, podemos pensar melhor, analisar e discutir os desafios de nosso setor. Sem elas, entraremos na mesma lógica ruim que o País vem vivendo nos últimos anos no campo político: polarização sustentada por informações de fontes pouco confiáveis. Se esses levantamentos nos ajudarem a pensar e valorizar o assunto “genética nacional”, estamos no caminho certo. E vamos por mais doses! Juntos e shallow now.

* Publicado na coluna Do Pasto ao Prato, Revista AG (Setembro, 2019)

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