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EAD pode causar prejuízos na formação do médico veterinário

Informação | 09 de Fevereiro de 2020
Por João Carlos Gonzales, presidente da Academia Rio-Grandense de Medicina Veterinária

A recente autorização governamental para que instituições com curso de medicina veterinária utilizem 40% do tempo na forma de ensino a distância (EAD), isto é, por correspondência e/ou internet, despertou a atenção para possíveis prejuízos na formação acadêmica. Entre os diversos tópicos a serem analisados, elegemos o da formação do senso crítico e do espírito científico durante o tempo universitário.

O senso crítico pode ser concebido como a capacidade de análise, tão indispensável no encontro das verdades. A iniciação à crítica se inicia ou não no seio familiar, mas encontra seu ápice de desenvolvimento nas salas de aula, nos corredores das faculdades, na convivência com professores e colegas do mesmo ramo profissional. Assim, reduzir a presença física proativa do estudante de medicina veterinária no ambiente acadêmico invariavelmente irá produzir uma lacuna na sua competência.

O espírito científico, irmão gêmeo do senso crítico, é a capacidade também inata e desenvolvida no ambiente universitário de distinguir o conhecimento científico do conhecimento vulgar, tão abundante no meio comum. Se adquire e se amplia no contato com os professores e, em especial, no exercício da pesquisa realizada fora e dentro da instituição. Como temperos indispensáveis na formação do espírito científico agregam-se conhecimentos e práticas de metodologia da pesquisa e da bioestatística experimental.

O espírito científico é o usuário do método, que, por sua vez, não é de uso exclusivo do pesquisador. O método científico é o caminho que a mente humana percorre para encontrar a verdade, constando das fases de observação, hipóteses, experimentação e generalização, como fundamentou Descartes.

Essas etapas só podem ser percorridas, inicialmente, pela mão experiente do professor. São praticamente impossíveis de entendimento a distância, quando enviadas pelos correios ou internet. Além do mais, precisam de numerosas repetições para serem agregadas à praxe profissional.

Tais conhecimentos são especialmente agregados no atendimento de rotina hospitalar, em seminários, palestras e atividades de estágio, plantões, de bolsistas frequentadores em tempo integral dos hospitais e laboratórios universitários.

O EAD possivelmente formará um profissional com custos menores, mas sem conhecimentos científicos, com dificuldades ou mesmo impossibilidades de ter um bom desempenho profissional. Certamente uma dívida cumulativa impagável será constituída na sociedade.

* Publicado no Jornal Zero Hora em 04/02/2020 (site GauchaZH) 

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