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Com aumento de 11,1%, as carnes foram a categoria que mais se destacou em vendas reais em 2019, informou a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) na semana passada.
Na sequência, aparecem derivados de cereais, chá e café, com 5,6%; desidratados e supergelados (pratos prontos e semiprontos congelados e alimentos desidratados), 4,9%; e o grupo de diversos (molhos, temperos e condimentos, sorvetes e salgadinhos), com 3,4%. As categorias com as maiores quedas em vendas reais foram açúcar (-10,8%), óleos e gorduras (-4,7%) e derivados de frutas e vegetais (-4,1%).
Os números fazem parte da pesquisa conjuntural da Abia sobre o desempenho do setor no ano passado, quando a indústria brasileira de alimentos e bebidas cresceu 6,7% em faturamento (somadas vendas para os mercados interno e externo), atingindo R$ 699,9 bilhões na comparação com 2018. O setor registrou alta tanto em faturamento quanto em vendas reais (descontada a inflação do período) e criou 16 mil vagas de emprego direto.
"Na contramão do desempenho da indústria nacional como um todo, que recuou 0,8% em 2019 (dados da CNI), a indústria de alimentos fechou o ano com crescimento de 2,3% em vendas reais. Foi a melhor taxa de crescimento desde 2013, quando o setor cresceu 4,2%", disse a Abia em nota.
As vendas do mercado interno (varejo e food service) tiveram alta de 6,2% na comparação com 2018. O food service cresceu 6,9%, enquanto o mercado varejista aumentou 5,9%.
Já os investimentos, incluindo fusões e aquisições, alcançaram R$ 22,3 bilhões, um crescimento de 4% em relação ao ano anterior, o que representa 3,2% do faturamento total do setor, dedicados a projetos de modernização e expansão de fábricas, P&D e desenvolvimento de novos produtos.
A pesquisa também apontou que a indústria de alimentos processa 58% de toda a produção agropecuária brasileira. Sua participação nas aquisições de matérias-primas se mantém nos mesmos patamares, sendo proteínas animais (99%), seguidas pelas cadeias de trigo e arroz que representam 95% cada. Na categoria proteínas animais, são consideradas as carnes bovina, suína e de aves, e o leite.
Exportações de industrializados
Ainda segundo o levantamento da Abia, o Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo. O setor exportou para mais de 180 países, o que representou 19,2% do total de vendas de quase R$ 700 bilhões do ano passado.
Em 2019, as exportações registraram queda de 2,3%, totalizando US$ 34,1 bilhões, contra US$ 34,9 bilhões em 2018, sobretudo por conta da redução dos embarques de açúcar.
Dos países que mais importam alimentos industrializados do Brasil, China, Holanda e Hong Kong continuam sendo primeiro, segundo e terceiro colocados, com valores na ordem de US$ 5,3 bilhões, US$ 1,9 bilhão e US$ 1,6 bilhão, respectivamente.
Outro destaque foi o aumento considerável das exportações para a China. O país saltou de US$ 3,304 bilhões em 2018 para US$ 5,327 bilhões em 2019 do total importado do Brasil. Isso ocorreu principalmente pelo aumento da demanda por carne suína.
“Ao contrário dos resultados da indústria nacional, o setor de alimentos industrializados cresceu 2,3% em vendas reais ano passado. Em 2020, mantido o cenário de crescimento projetado para o país, as vendas reais da indústria de alimentos têm espaço para crescer ao redor de 3%”, disse em nota o presidente executivo da Abia, João Dornellas.
Fonte: Carne Tec