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TOP 100 Edição 2020 Taurinos: Excelência estratégica

Genética, Mercado, TOP 100 2020 | 18 de Junho de 2020

Levantamento retrata mercado genético taurino focado em animais resistentes e produtivos para melhorar a qualidade da carne brasileira e a rentabilidade do comprador

O equilíbrio entre rusticidade, adaptabilidade, resistência a endo e ectoparasitas, e qualidade de carne é o que mais tem atraído os pecuaristas brasileiros no investimento em genética taurina atualmente no Brasil. É o que demonstra o resultado do levantamento TOP 100 Taurino 2020, realizado pelo quinto ano consecutivo pela Revista AG e pela FF Velloso & Dimas Rocha Assessoria Agropecuária, mapeando onde estão e quais são os 50 criatórios que mais multiplicaram seu melhoramento genético taurino Brasil afora em 2019.

O quadro fica evidente com a liderança nas raças Brangus e Braford, que responderam pela maior parte dos negócios em 2019. Conforme o levantamento, a Brangus contabilizou 1.779 touros vendidos, o que representa 27,7% do total. A raça Braford foi a segunda mais representativa, com a venda de 1.575 touros, o que equivale a 24,52% do total. O mapa também traz, pela primeira vez, registros de reprodutores da sintética Ultrablack, além de Montana e Canchim, especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste do País. Entre as britânicas, a raça Angus, líder na comercialização de sêmen no Brasil, segue também no topo da comercialização de touros, com 1.507 reprodutores vendidos em 2019, número equivalente a 23,46% do total registrado pelos participantes do TOP 100 2020.

O resultado total do levantamento aponta que os 50 criatórios que mais venderam touros em 2019 comercializaram 6.423 exemplares, o que equivale a uma média de 128 por propriedade. O maior número de animais comercializados por uma propriedade foi de 753 e o menor, de 44. Na prática, 14 fazendas ficaram acima da média. “Conseguimos dizer, com segurança, que a venda de touros taurinos não é feita por grandes volumes de vendas individualmente, temos um número grande de cabanhas entre 100 e 50. Ou seja, a venda está distribuída em produtores que não comercializam um grande volume de touros. Isso não quer dizer que os animais não sejam selecionados ou que a fazenda não tenha grandes rebanhos. É uma questão de perfil”, explica o médicoveterinário e proprietário da FF Velloso & Dimas Rocha Assessoria Agropecuária, Fernando Velloso.

Pela quinta vez consecutiva, a Gap Genética, do selecionador Eduardo Macedo Linhares, de Uruguaiana (RS), é a propriedade que mais vendeu touros taurinos no Brasil, segundo o TOP 100. Em 2019, o criatório colocou no mercado 753 touros, sendo 536 da raça Brangus, 126 da Angus, 68 da Braford e 23 da Hereford. “Para mim, o sucesso é a busca incessante pela qualidade. Ninguém se sustenta por tanto tempo vendendo tantos touros se, por trás, não tem um trabalho no dia a dia. O nosso animal, para ser vendido, tem um trabalho de, no mínimo, três anos: desde a prenhez de uma vaca, do seu acasalamento, do cuidado da gestação até a evolução do terneiro. É um processo muito longo, mas que aplicamos total critério de qualidade e oferecemos um produto com garantias”, ressalta o diretor comercial da Gap Genética, João Paulo Schneider da Silva, o Kaju.

O aumento na procura pela genética dos taurinos sintéticos é confirmado, na prática, por Kaju. “Os animais das raças Brangus e Braford estão sendo uma mercadoria muito procurada pelo mercado, pelas pessoas que buscam precocidade e adaptação, o que se refere, também, ao controle do carrapato”, salienta. E reforça o papel fundamental dos programas de melhoramento neste processo, como o Natura. “Quem não usa essa ferramenta vende menos touros. Fomos pioneiros em levantar esta bandeira”, lembra.

O Grupo Pitangueira, de Itaqui (RS), do criador Pedro Monteiro Lopes, também se consagrou como pentacampeão do TOP 100, porém exclusivamente na venda de touros Braford. A propriedade – que, no cômpito geral, ficou na segunda colocação – registrou a comercialização de 486 reprodutores da raça em 2019, somando, nas cinco edições do ranking, 2.489 exemplares comercializados. “Eu sempre procurei, já que não sou técnico, ter bons assessores. E, ao mesmo tempo, fazer um animal para que o comprador consiga ganhar dinheiro. Por isso, precisamos ter animais produtivos, férteis, e isso se consegue através de medição. Há quase 30 anos, temos índices junto com a Delta G, para saber com que touros estamos usando, para saber em que vaca vai ser usada. Esse produto, sem dúvida, vai agregar ao nosso cliente”, ressalta.

Para Pedro Monteiro Lopes, o sucesso de um criatório está também na interação com os funcionários, que, segundo ele, são essenciais em todo o processo. “O segredo é trabalho e gente boa, tem muito de dedicação pessoal. Você tem que ser exemplar no seu conhecimento, para que a pessoa sinta confiança, um sentimento de amizade e dedicação. Uma pessoa que sente isso por você vai ser leal e se sentir motivado no que faz”, explica.

Quem também está pela quinta vez entre as cinco primeiras posições é a Cia Azul Agropecuária, de Uruguaiana (RS), que comercializou 328 reprodutores em 2019, sendo 174 Angus, 87 Braford, 66 Brangus e um Ultrablack. “A nossa aceitação tem sido pela produção de um touro rústico, adaptado ao nosso ambiente de produção e às necessidades do mercado. A nossa clientela sabe que não está levando um animal, mas um pacote tecnológico, que tem genética, sanidade, confirmação carniceira, muita precocidade de desenvolvimento e sexual. Preenche os requisitos do nosso produtor de carne”, ressalta de Reynaldo Titoff Salvador, um dos proprietários. Neste ano, a propriedade apresentou um crescimento nas vendas de touros das raças Brangus e Braford, fato este que Salvador atribui ao aumento de clientes que buscam a genética de raças sintéticas devido ao grau de resistência ao carrapato.

A Cia Azul, de Uruguaiana (RS), participa, há três anos, do Centro de Referência Angus (CRA), na Verdana Agropecuária, localizada no município de Itatinga/SP, em que é realizada uma prova de desempenho que busca identificar e fomentar o uso da melhor genética de touros nacionais da raça Aberdeen Angus. “Foi uma excelente experiência. Tivemos um resultado muito bom, tanto em termos de desempenho dos animais quanto financeiro pelos animais, porque eles estarão à venda depois”, explica ele. A Tradição Azul, sediada em Quaraí e em Rosário do Sul (RS), de Paulina Macedo Linhares, entrou, pela segunda vez, no Top 5 do levantamento com a venda de 233 touros, sendo eles 77 Brangus, 70 Braford, 62 Angus e 24 Hereford. “É preciso ter uma genética de qualidade com uma nutrição adequada. Se os animais não são bem tratados, você não consegue tirar o máximo da genética. Não adianta ter uma ótima genética se eles não são forem alimentados. Os nossos animais já tem mais de 100 anos de seleção”, ressalta Vasco Antônio da Costa Gama Filho, um dos proprietários do criatório.

A propriedade Cabanha Rincon del Sarandy, localizada em Uruguaiana (RS), de Ignacio Tellechea, é uma das novidades deste ano no ranking. Pela primeira vez está entre as cinco propriedades que mais comercializam touros no Brasil. O resultado foi obtido com a comercialização de 217 touros em 2019, sendo 122 da raça Angus e 82 da Brangus, além das comercializações inéditas da propriedade de nove animais Murray Gray e quatro Ultrablack. “Estou bem contente de estar no top 5 do TOP 100. Acho que é bastante respeitável esse ranking. Apesar da adesão voluntária, é o mecanismo que temos para ‘dar uma medida’. Nunca vi uma iniciativa nos mesmos moldes. E fiquei bem surpreso com o resultado, não imaginava que ficaríamos tão para frente”, afirma Tellechea.

Para ele, a nova raça sintética Ultrablack ainda vai ser um grande nicho no mercado brasileiro. “É uma opção para quem quer ter animais com a precocidade da Angus, mas que precisam ter um pouco mais de adaptação. É um sintético que vai ter muito lugar para cobrir vaca meio sangue, vaca Nelore. Estamos apostando nisso”, destaca Tellechea. Já os animais comercializados da raça Murray Gray fizeram parte de uma parceria isolada de 2019 com a Cabanha Guarita, de Lavras do Sul (SP), que planeja montar um rebanho com a raça. “Ele usou o nosso rebanho de Angus como base para expandir. Então usamos as nossas doadoras Angus para cruzar com o Murray Gray e fazer touros. Os touros são registrados pela Murray Gray CCG”, explica.

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Fonte: Revista AG (Junho, 2020)

Top 100 - 2020

Foto: Divulgação/Assessoria

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