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Cartão vermelho aos prepúcios - Parte I

Reprodução | 14 de Dezembro de 2013
Pedro Gonzalez Brasil, Médico Veterinário
Técnico Licenciado pela ABHB

Paradoxalmente inicio este artigo essencialmente técnico, com um dito popular: quem avisa amigo é!
Em meu currículo profissional, tive a honra de julgar, em seu auge, a raça Santa Gertrudes, em Esteio, Ribeirão Preto e Recife, convites estes advindos da procura daqueles criadores pelas normas e orientações técnicas de seleção por fertilidade, que pioneiramente, como sempre, nossa Associação Brasileira de Hereford (ainda não constava o Braford) determinava a tatuagem de ventres com prenhez ou cria ao pé e touros com atestado de fertilidade.

Nestes parâmetros de seleção por fertilidade, preocupava-nos a correção dos prepúcios, pois era comum encontrar touros com cirurgia de redução do prepúcio, espero que não estejamos indo no mesmo caminho...

“Alguns” de nossos jurados estão tendo o critério de penalizar animais com excesso de prepúcio, por si só, isso já é um sinal de alerta.
Infelizmente estamos absorvendo o palavrear dos países vizinhos:

- que o prepúcio não deve ultrapassar a linha do jarrete.
- que o importante é que o maneje bem
- que o importante é a angulação (45°)
- que o importante é a boca prepucial para frente.

Aparentemente, animais com mais barbela e prepúcio, são mais vistosos e carniceiros. Não esqueçam que o olho engana muito e que a zootecnia é mais ciência do que dom ou arte.
Para mim, como veterinário, prepúcio próximo à linha do jarrete (3-4) já é problema, é um risco de vida útil e funcional deste reprodutor, pois uma coisa é coletar um touro em central de Inseminação Artificial, onde a mão do veterinário ajuda a introdução na vagina, bem distinto do touro em serviço de monta a campo, pior em campos sujos.

Transcrevo as palavras do senhor Marcelo Silva, respeitado leiloeiro e grande conhecedor de touros: se queres vender touros no Brasil Central, não leve touros com qualquer vestígio de peleje e nunca prepúcio mais de 2, pois com o calor o prepúcio distende e ninguém irá comprá-los. Sábias palavras, que tenho como conhecimento técnico.

Encontramos na Revista Braford da Argentina, n° 65, página 56, trabalho científico (INTA MERCEDES), sob o título La Importancia Funcional Del Prepucio em Toros Braford: el tamaño y forma del prepucio afecta directamente el numero de saltos necessários para completar uma monta.

Assim a conclusão é que para cada ponto de prepúcio, o touro necessita um salto e meio a mais para completar a monta, pelo que touros com prepúcio maior de 3, devem ser descartados.

As notas para Tamanho de umbigo são de 1 a 5.
 
Escores Descrição
1 Correto
2 Bom
3 Regular
4 Admissível
5 Inaceitável
 
 

Como profissionais ou homens de campo, todos estamos acostumados a ver que primeiro o touro leva algum tempo de excitação antes de tentar o salto, que normalmente não se faz completo no primeiro salto, principalmente se em primiperas, mas sim no segundo ou terceiro salto. Portanto é contundente o fato de que touros prepúcios 3 a 4, necessitando 1,5 salto a mais para cada grau de prepúcio, necessitam de vários saltos para completar o serviço, com o consequente prematuro esgotamento físico, com grande impacto negativo nos índices de reprodução.

Como então encontrarmos tantos touros prepuciudos? Inclusive campeões? E em centrais de IA?
Os conceitos de Bonsma sobre anatomia e fisiologia da reprodução aplicadas na seleção zootécnica serão eternos, como a Sagrada Bíblia.
Não podemos perder o diferencial do nosso Braford brasileiro, entrando no jogo de aumentar os prepúcios para obter mais carne, com os consequentes e inevitáveis problemas de reprodução.
Espero jamais escutar de um técnico ou criador brasileiro, o que escutei recentemente de um jovem técnico argentino (colegas e amigos que lá tenho). Dr. Pedro, será possível reverter esta situação? Pelo que lhe respondi: os animais não têm culpa de nossos erros de seleção. Primeiro temos de começar pelo homem, principalmente por vocês, jovens profissionais...

Publicado no informativo Pampa Pampiano (Ed. XII, Novembro 2013)

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