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Escores de pelo: uma ferramenta para selecionar bovinos resistentes ao calor

Informação | 09 de Fevereiro de 2017

Autores: Jared E. Decker (University of Missouri) e  Jane Parish (Mississippi State University)

Escores para tipo de pelo são uma forma fácil e efetiva de medir a habilidade do gado em enfrentar o estresse calórico. Este texto mostra como, quando e porque realizar esta avaliação.

Uma criação responsável de gado requer a adequação de genética ao ambiente produtivo. Isto é necessário pelo menos por três motivos: lucratividade, bem estar animal e melhor impacto ambiental.

Bovinos bem adaptados ao seu ambiente são mais rentáveis. Não somente pela melhor adaptação e produtividade, mas também por requerem menos insumos e intervenções do homem. Nos Estados Unidos, especialmente na região Sudeste, a combinação de umidade e temperatura tornam maiores os desafios para o gado se adaptarem a tolerarem o stress térmico.  

Os animais que tem que possuem genética mais adaptada ao ambiente são efetivos na utilização dos recursos disponíveis. Sinais típicos de falta de adaptação são baixos pesos ao desmame e falhas na repetição de prenhez. Animais mais adaptados ao ambiente podem aumentar a produtividade por área. Com o uso mais eficiente dos recursos disponíveis o gado traz menos impactos ambientais, contribuindo com um sistema de produção mais sustentável.

Que ferramentas estão disponíveis para a seleção de animais adaptados ao estresse térmico?

Uma solução comprovada para produzir gado mais adaptado ao calor é introdução de genética de zebuínos (“mais orelha”, através das raças Brahman e Nelore) ou de sintéticos (Brangus, Beefmaster, Santa Gertrudis, Braford, Simbrah) no rebanho. Os animais com genes de zebuínos são melhores equipados (anatomicamente e fisiologicamente) para lidar com o calor. A decisão de usar ou não a genética zebuína e de quanto usar deve considerar o impacto em produtividade e questões de mercado para esses animais.

Uma abordagem alternativa é a seleção de taurinos (Britânicos e Continentais) que melhor se adaptem ao estresse calórico. A quantidade de pelo de inverno durante datas específicas na primavera e verão são indicadores efetivos da habilidade da vaca de adaptar-se ao calor. A perda de pelo mais cedo pode ser uma indicação de maior produtividade e adaptação ao ambiente de produção. A perda de pelo pode ter efeito direto na perda de calor ou possivelmente de outro processo (situação nutricional ou imunológica). Adicionalmente, os bezerros filhos de vacas que tem facilidade de perder pelo são desmamados mais pesados, com estimativa de até 11 kgs a mais. Pesquisas iniciais comparando os efeitos da perda de pelo e a coloração do pelo sugerem que a perda de pelo tem maior influência na adaptação ao calor do que a cor.

Pesquisas recentes sobre a troca de pelo indicam que grande parte das variações existentes são devidas a diferenças genéticas (alta herdabilidade, 63%). Nestas pesquisas, uma forte relação genética entre troca de pelo e crescimento foi observada em raças britânicas (mas detectada em raças zebuínas).   Em ambientes mais brandos ou temperados não é observada a relação da perda de pelo e crescimento (ganho de peso), todavia, em ambientes quentes e úmidos, as vacas que perdem mais facilmente o pelo desmamam bezerros mais pesados.

Escores de troca/perda de pelo

Os escores de perda de pelo são avaliados visualmente por um avaliador treinado e são reportados em uma escala de 1 a 5 (figura). Escores intermediários, como 3,5 não são usados. O escore 5 indica um animal que manteve o seu pelo de inverno (sem sinais de perda de pelo). No outro extremo da escala, o escore 1 é dado para animais que perderam totalmente o pelo de inverno, exibindo pelo fino e brilhoso, pelo de verão. Os escores intermediários de 2 a 4 são definidos pelo % de pelo perdido. Sendo 3 para animais que perderam aproximadamente 50% do pelo de inverno.

Os bovinos tendem a perder pelo da frente para trás e da linha superior para o peito, mas existem variações individuais. Tipicamente, as últimas áreas que perdem pelo estão abaixo da linha media. O momento para avaliar os escores de pelo varia de região para região, iniciando na primavera.

Fonte: Departamento de Extensão - USDA (Jan/2017)
Traduzido e resumido pela Assessoria Agropecuária

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