Neste final de abril e início de maio ocorreu o 9º Congresso Mundial de Braford no Brasil, país dos mais importantes na criação da raça globalmente. Sobre este item vou retomar logo mais adiante no texto.
Participei da etapa de visitas à campo, chamada Gira Braford. Fomos recebidos em fazendas de Itaqui, Uruguaiana, Santana do Livramento e Arambaré. Cidades gaúchas da fronteira com a Argentina, Uruguai e margem da Lagoa dos Patos, respectivamente.
Além das ótimas visitas com a apresentação de lotes numeroso de Braford, foram compartilhadas informações técnicas em palestras em cada dia da gira. Aposentei minha caderneta de bolso e migrei os apontes pro bloco de notas do celular.
Em melhoramento genético, o pesquisador Fernando Cardoso (Embrapa) trouxe atualizações sobre os avanços técnicos da raça e os ganhos produtivos possíveis através da genética. Em meus apontamentos grifei:
CEIP, Dupla Marca e Núcleos de Doadoras
Nas fazendas visitadas a importância do CEIP e/ou Dupla Marca foi destacada. Foi lembrado e homenageado o Dr. Luiz Alberto Fries. Fiquei feliz de perceber isto. Sou entusiasta e defensor da metodologia CEIP. A maior homenagem ao trabalho do Dr. Fries, e a tantos outros técnicos e criadores que desenvolveram a avaliação genética no Brasil e o CEIP, é a continuidade e ampliação destes métodos vencedores.
A Transferência de Embriões ou FIV estão bem populares nos selecionadores de Braford. A técnica está entregando bons resultados, pois as doadoras tem contribuído com um percentual importante dos melhores touros a cada geração. Propus a discussão da possível mudança no perfil dos plantéis de Braford, com menos matrizes e maior participação das famílias destas doadoras. Ou seja, produção do mesmo número de touros com um número menor de vacas controladas. Não obtive grande avanço na discussão. Quando a pergunta não tem resposta clara é falha do perguntador. Na próxima ocasião formularei melhor a minha questão. É um tema que gosto de pensar sobre ele.
Voltando ao início do texto, reafirmo que o Brasil é um dos países mais importante para o Braford no mundo. Neste sul do país estão concentrados os criadores e grandes rebanhos. Estamos parelhos com a Argentina na venda de doses de sêmen da raça. Acredito que a população de animais e número de criadores é similar ou maior. Busquei dados oficiais e não localizei. Aceitei o risco de escrever e afirmar algo que é a minha impressão. O ChatGPT está alinhado ao meu raciocínio. Diante deste quadro, temos a posição favorável da liderança, mas a maior responsabilidade sobre as decisões em genética e o produto touro que é ofertado ao mercado. Não vejo outro local onde o Braford enfrente desafios climáticos similares. A tarefa de selecionar um Braford eficiente no calor úmido é nossa. Acredito na competência dos nossos criadores em nos proverem esse reprodutor único. Feito isto, seremos seguramente o #1 na raça.
Porta! Viva o Braford made in Brazil!
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* Publicado na Coluna "É só olhar e ver", Revista DBO (Maio/2025)