Por Nevil Speer / Drovers

Minha coluna anterior destacou a dinâmica do mercado em constante mudança no que se refere ao grau de qualidade. A discussão observou que “as vendas Prime cresceram dramaticamente durante a última década; O total de dólares gerados pela categoria aumentou 322% - equivalente a uma taxa de crescimento anualizada de quase 17%!! Simultaneamente, os totais em dólares para Choice cresceram apenas 6,8% ao ano, enquanto os dólares para Select ficaram negativos.”

Em outras palavras, as diferenças de volume e valor entre os graus de qualidade estão fazendo a diferença no mercado. Além disso, essas tendências estão totalmente arraigadas. Os consumidores estão votando com seus dólares, conforme claramente documentado por pesquisas recentes da Midan Marketing: 62% dos americanos manifestam sua preferência por agora gastar mais dinheiro para comprar carne bovina premium.

A base histórica para essas tendências de mercado é melhor detalhada pelo Dr. Daryl Tatum (Colorado State University). Seu artigo de 2015, Tendências recentes: qualidade, valor e preço da carne bovina, observa que, “nos últimos anos, à medida que a carne bovina se tornou mais cara, os consumidores  tornaram-se cada vez mais exigentes em relação à qualidade e valor e demonstraram vontade de migrar para a alta qualidade, pagando preços premium para obter os tipos de produtos de carne bovina e experiências alimentares que desejam.”

Os consumidores preferem mais marmoreio – e prontamente se dispõem a pagar por isso. E por uma boa razão – o aumento do marmoreio aumenta as chances de comprar um produto melhor. Por exemplo, a pesquisa de Tatum indica que a probabilidade de um bife de lombo produzir uma experiência alimentar positiva é de 97, 93, 82 e 66% para as categorias Prime, Premium Choice, Low Choice e Select, respectivamente. Por outro lado, as chances de uma experiência alimentar negativa são o inverso direto dessa tendência. (veja o primeiro gráfico).

A pesquisa do Dr. Tatum também fornece uma perspectiva alternativa e perspicaz. Ou seja, classificando cada degrau no grau de qualidade com a melhoria correspondente na probabilidade de uma experiência alimentar positiva. Por exemplo, as chances de ter uma experiência alimentar satisfatória são quase 7,5 vezes maiores com Prime versus Low Choice. (veja o segundo gráfico).

Mais importante ainda, empilhar o baralho em termos de qualidade, consistência e sabor aumenta ainda mais a lacuna de gastos. Tatum observa: “As tendências recentes da demanda sugerem que muitos consumidores de carne bovina conscientes da qualidade não estão dispostos a pagar os preços atuais pelo nível de desempenho fornecido pela carne bovina commodity e, em vez disso, optaram por trocar, comprando produtos de carne bovina premium, aumentando assim suas chances de receber um nível de desempenho compatível com os preços mais altos que são obrigados a pagar”.

Isso já era verdade em 2015, e a pesquisa de Midan confirma que continua sendo verdade em 2022. E de acordo com o trabalho do Dr. Tatum, o marmoreio é o catalisador para mais gastos. Essa noção é especialmente importante no que diz respeito ao bem-estar do setor produtivo: mais gastos equivalem a melhores preços.

Conclusão: quando se trata de qualidade, consistência e satisfação do cliente, o marmoreio é a âncora. Importa agora mais do que nunca. E, como observado na semana passada, isso também significa “…enormes diferenças de valor e participação de mercado entre os graus de qualidade do USDA e o gado que os produz”.

Fonte: Drovers (06/10/22), traduzido e adaptado pela Assessoria Agropecuária