Série - Vida de Técnico
Há vários tipos de herança que filhos podem receber de seus pais. No caso do inspetor técnico Samuel Agostinho De Bortoli, 33 anos, o amor à pecuária e o gosto pela rotina no campo são características que vêm de família. Foi na propriedade do pai, Vagner Agostinho De Bortoli, 54 anos, que o veterinário aprendeu desde guri a se relacionar com o gado de corte. Com 40 hectares de extensão, a Granja De Bortoli, situada em Água Doce (SC), proporcionou ao menino o apreço e a continuidade à lida rural. Filho de Verena De Bortoli, 52 anos, e irmão de Samara De Bortoli, 29 anos, Samuel é residente na cidade de Salto Veloso (SC), mas é natural de Videira, a cerca de 50 quilômetros. “Como Salto Veloso é pequena, os partos eram na cidade vizinha. Brinco que só fui nascer lá e voltei. Tenho umbigo enterrado aqui”.
O começo da sua caminhada na pecuária, iniciada na granja da família, não demorou a se estender. Logo que terminou o colégio, em 2000, matriculou-se no curso de técnico agrícola no Centro de Educação Profissional Professor Jaldyr Bhering Faustino da Silva (CEDUP), em Água Doce. Os três anos de curso foram os primeiros na sua caminhada para se tornar profissional da área na qual não tinha dúvidas de que queria seguir. “Eu sempre falei pro meu pai que queria ser veterinário. Era Veterinária ou nenhum outro curso”, conta.
Assim, o sonho começava a se concretizar. Mal pegou o diploma de técnico e, já em 2004, ingressou no tão desejado curso de Medicina Veterinária da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Lages. Durante a graduação, as disciplinas preferidas eram, claro, as de gado de corte e reprodução animal. “Ali a gente vê que está entendendo a paixão que vem desde criança”, explica.
Ao final da graduação, Samuel já estava estagiando com reprodução de gado de corte. Quando pegou o diploma, em 2009, o veterinário voltou à cidade de Salto Veloso, onde prestava serviços à prefeitura. Ao mesmo tempo, trabalhava de forma independente nas propriedades da região. “Comprei um aparelho de ultrassom que me permitiu começar a trabalhar como autônomo”, recorda. No ano de 2015, o profissional se desligou do município e continuou prestando serviços para criadores e propriedades.
Foi nesta época que o caminho de Samuel cruzou com o da Associação Brasileira de Angus. Depois de ouvir pecuaristas para quem prestava serviços falando sobre a profissão de inspetor técnico, foi em busca do Núcleo Catarinense de Criadores de Angus (NCCA) e informou-se sobre o processo seletivo, que demandava provas teóricas e indicação de produtores. Em 2016, Samuel completou todas as etapas e se tornou inspetor técnico da Angus. A oportunidade, segundo ele, é muito importante para conhecer novos criadores e vivenciar momentos na profissão. “Nas visitas às propriedades, sempre levo conhecimento, mas também aprendo muito. É uma honra ser do corpo técnico”.
Casado desde 2016 com a técnica em enfermagem Daniela de Oliveira de Bortoli, Samuel compartilha com ela o desafio de participar da trajetória do pequeno Guilherme, de sete anos, o filho “de coração” a quem ensina e já cultiva o mesmo amor pela pecuária, do mesmo jeito que o próprio pai fez. “Ele me acompanha na granja e já fala que quer ser veterinário”, comenta. A metade do ano de 2018 já reserva uma novidade à família: Guilherme ganhará um irmãozinho. “Ainda não definimos o nome, mas estamos muito ansiosos”, conta.
Formação: Medicina Veterinária na Udesc
Natural de: Videira (SC)
Região de Atuação: Região Oeste e Centro Oeste de Santa Catarina
Qual foi a primeira vez que ouviu falar na raça Angus: no curso técnico agrícola
Há quanto tempo atua junto à Associação Brasileira de Angus: Desde 2016
Uma receita infalível com carne Angus: Costela assada na brasa
Um rebanho inesquecível: Fazenda São Raimundo e Brasil Florestal
Fonte: ABA