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EUA: o gigante global no negócio de genética

Genética | 15 de Abril de 2025

Se a expressão follow the leader segue valendo, no negócio inseminação artificial os Estados Unidos são líderes isolados e convém acompanhar seus passos.

A National Association of Animal Breeders (NAAB), entidade similar à nossa ASBIA, representa cerca de 95% do mercado de inseminação artificial nos EUA. Em seu relatório de 2024, recentemente publicado (março/25), comemora-se a retomada do crescimento deste mercado após dois anos consecutivos de queda. O setor de inseminação lá cresceu 4% em vendas, patamar um pouco superior ao alcançado pelo Brasil no ano passado.

Os números de 2024 falam sozinhos: 70 milhões de doses produzidas e faturamento das exportações em US$ 326 milhões (aproximadamente R$ 1,8 bilhão). Lembre-se que o Brasil é grande neste mercado e movimentou 25 milhões de doses em 2024.

Na venda de sêmen de gado de leite, 65% são destinados à exportação. No sêmen corte, 33% das doses são exportadas.

O leite é o “primo rico” do negócio: e exporta seis vezes mais doses e fatura 12 vezes mais que o corte. É uma luta desigual em volume e valor do produto.

Raças ou produtos “tipo exportação” 

Algumas raças de corte têm mais importância em exportação do que em uso nos EUA.

Observem, no quadro, os dados para Composto, Wagyu, Red Angus, Brahman e Brangus. Todas exportam mais doses do que vendem aos americanos.

Especialmente curioso é o caso da raça Brangus, que é minimamente usada via inseminação (apenas 3.000 doses), mas exportou 74.000 doses. “Enigmas”, diria o Sargento Peçanha.

De volta ao futuro

Se eles estão na nossa frente no mercado e no tempo, talvez o que ocorreu lá, em 2024, seja o nosso futuro próximo em alguns anos.

Mais algumas informações interessantes do relatório NAAB 2024 que podem antecipar algo do nosso futuro:

  • Sexado: é o produto mais usado no gado de leite, com 9,9 milhões de doses, seguido pelo Beef on Dairy (corte no leite), com 7,9 milhões de doses, e por último o sêmen leite convencional, com 6,2 milhões de doses;

  • Beef on Dairy: é vendido mais sêmen de Angus para a pecuária leiteira do que para a pecuária de corte. Este produto vem ampliando as vendas de sêmen corte e ocupando o espaço do sêmen leite convencional (não sexado). Se o produto Beef on Dairy fosse uma raça de corte, seria a #1 em vendas. 

  • Heterospérmico: Sêmen de mais de um touro na mesma palheta (usualmente três doadores). Atualmente, é o segunda maior produto de corte em venda, perdendo somente para o Angus;

  • "Custom collection”: há um mercado importante de prestação de serviços, ou seja, de touros coletados nas centrais independentemente da contratação por empresas de genética. Em 2024, foram congeladas mais de 7 milhões de doses nesta modalidade. Assim, chegamos no total de 70 milhões de doses comentadas no início do texto. No Brasil, a prestação de serviços totalizou 1,4 milhão de doses em 2024, conforme o Index ASBIA.

  • Tendência globais: pelo quarto ano consecutivo a China é o principal destino das exportações americanas. O Brasil é o segundo maior importador em volume, seguido pelo México. O Reino Unido foi ultrapassado pelo México na posição de segundo maior importador em valor.  


O que acontece na pecuária dos países líderes ocorrerá, em algum momento, no Brasil, ajustado às nossas condições. Assim, já ocorreu com a intensificação da produção, “precocinhas”, crescimento do confinamento, busca por carne de qualidade etc.

Em alguns pontos, as mudanças são lentas e demoramos a acompanhar a pecuária norte-americana. Não é somente culpa nossa. Trabalhamos com clientes e demandas diferentes. Os clientes deles têm bolsos bem mais recheados do que os nossos. No mercado de genética, não é muito diferente. O que está ocorrendo lá logo ocorrerá aqui. Aguardem.

CLIQUE AQUI para fazer download do Artigo em PDF.

* Publicado na Coluna "É só olhar e ver", Revista DBO (Abril/2025)

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