Se a expressão follow the leader segue valendo, no negócio inseminação artificial os Estados Unidos são líderes isolados e convém acompanhar seus passos.
A National Association of Animal Breeders (NAAB), entidade similar à nossa ASBIA, representa cerca de 95% do mercado de inseminação artificial nos EUA. Em seu relatório de 2024, recentemente publicado (março/25), comemora-se a retomada do crescimento deste mercado após dois anos consecutivos de queda. O setor de inseminação lá cresceu 4% em vendas, patamar um pouco superior ao alcançado pelo Brasil no ano passado.
Os números de 2024 falam sozinhos: 70 milhões de doses produzidas e faturamento das exportações em US$ 326 milhões (aproximadamente R$ 1,8 bilhão). Lembre-se que o Brasil é grande neste mercado e movimentou 25 milhões de doses em 2024.
Na venda de sêmen de gado de leite, 65% são destinados à exportação. No sêmen corte, 33% das doses são exportadas.
O leite é o “primo rico” do negócio: e exporta seis vezes mais doses e fatura 12 vezes mais que o corte. É uma luta desigual em volume e valor do produto.
Raças ou produtos “tipo exportação”
Algumas raças de corte têm mais importância em exportação do que em uso nos EUA.
Observem, no quadro, os dados para Composto, Wagyu, Red Angus, Brahman e Brangus. Todas exportam mais doses do que vendem aos americanos.
Especialmente curioso é o caso da raça Brangus, que é minimamente usada via inseminação (apenas 3.000 doses), mas exportou 74.000 doses. “Enigmas”, diria o Sargento Peçanha.
De volta ao futuro
Se eles estão na nossa frente no mercado e no tempo, talvez o que ocorreu lá, em 2024, seja o nosso futuro próximo em alguns anos.
Mais algumas informações interessantes do relatório NAAB 2024 que podem antecipar algo do nosso futuro:
O que acontece na pecuária dos países líderes ocorrerá, em algum momento, no Brasil, ajustado às nossas condições. Assim, já ocorreu com a intensificação da produção, “precocinhas”, crescimento do confinamento, busca por carne de qualidade etc.
Em alguns pontos, as mudanças são lentas e demoramos a acompanhar a pecuária norte-americana. Não é somente culpa nossa. Trabalhamos com clientes e demandas diferentes. Os clientes deles têm bolsos bem mais recheados do que os nossos. No mercado de genética, não é muito diferente. O que está ocorrendo lá logo ocorrerá aqui. Aguardem.
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* Publicado na Coluna "É só olhar e ver", Revista DBO (Abril/2025)