Enquanto existem fotógrafos profissionais de gado/reprodutores em todo o leste da Austrália que fazem um excelente trabalho, muitos produtores de touros escolhem ou, por necessidade, tirar suas próprias fotos de reprodutores, para catálogos, sites ou publicidade digital/impressa.
O advento dos smartphones com câmeras de alta resolução tornou esse trabalho mais fácil e acessível. Melhor ainda, considere investir em uma câmera SLR digital full-frame para o trabalho, com uma lente telefoto decente (75-105mm ou 80-135mm são ideais para trabalhos de campo). Espere pagar cerca de A$ 700 a A$ 800 – não muito mais do que um único lance por um animal em uma venda de touro.
Não é nada difícil encontrar exemplos de fotos menos bem-sucedidas de reprodutores. Esta imagem (vide exemplo) apareceu em um catálogo de touros envolvidos em uma venda de sêmen online, recentemente como a sexta-feira passada. Ele quebra uma série de regras estabelecidas abaixo.
Aqui estão dez dicas de fotografia - em nenhuma ordem específica - para vendedores de touros que estão tirando suas próprias imagens nesta primavera.
Prazo:
Não é incomum deixar as fotografias para a última hora, quando sob pressão do impressor do catálogo ou do designer gráfico para entrega. Tente tirar suas imagens um pouco mais cedo, para aliviar a pressão, e permita algum tempo para 're-clicar' se você não estiver satisfeito com os primeiros resultados.
Investimento de tempo:
1) Esteja preparado para dedicar algum tempo para capturar as melhores imagens, capturando o máximo possível dos pontos descritos nesta lista. Você pode ter sorte, mas não espere obter a melhor imagem possível nos primeiros dois ou três minutos. Na verdade, andar com o animal e “começar de novo” com uma postura diferente pode dar a você duas ou mais opções diferentes para revisar e selecionar, quando você baixar suas imagens para o seu computador.
2) Espere o animal se acomodar. É impossível tirar uma imagem decente de um animal que está inquieto, agitado ou em movimento. Espere que ele se acalme e, em seguida, pressione-o suavemente para dar um passo à frente (ou para trás) para adotar uma postura melhor. Ter um 'companheiro' em um piquete vizinho ou próximo no piquete pode ajudar a evitar que um animal se sinta isolado e sob pressão.
Gado de pelagem escura:
A definição em bovinos de pelagem escura pode desaparecer em fotos tiradas em dias nublados e com pouca luz.
Angus, Brangus, Ultrablack, Black Simental e raças de pelagem escura como o Santa Gertrudis são notoriamente difíceis de fotografar de forma eficaz, especialmente em dias nublados. O padrão muscular pode desaparecer completamente, deixando apenas uma “silhueta”. O segredo é evitar a) dias nublados, e b) no meio do dia, quando o sol está diretamente sobre a cabeça e o resto do corpo está na sombra profunda. Tire suas fotos de manhã cedo, ou no final da tarde, quando o sol está mais baixo, com o sol atrás de você, iluminando o perfil completo do animal.
Inclinação do terreno:
Procure o local certo. Evite terreno irregular, onde uma perna dianteira ou traseira é mais baixa que a outra, criando anteriores ou posteriores irregulares. Idealmente, deixe o animal virado para cima em uma encosta levemente ascendente. O próximo melhor é o terreno plano, mas evite uma inclinação para baixo a todo custo. Uma orientação em declive pode dar a impressão de costas ocas ou "pantanosas", enquanto uma inclinação ligeiramente para cima produz uma linha de fundo mais plana. É incrível quanta diferença a inclinação do solo pode fazer em imagens de touros, especialmente em raças derivadas de zebuínos, que muitas vezes têm as costas naturalmente “ocas” em comparação aos taurinos.
Orientação:
A posição do fotógrafo, em relação ao animal, é importante. A posição ideal para tirar a imagem é diretamente da ponta do ombro. Mais à frente, o animal parece muito pesado nos ombros e subdesenvolvido no quarto traseiro (veja o exemplo da foto). Um estilo americano é fotografar de um ângulo mais baixo, um pouco mais traseiro, mas é difícil de tirar sem uma lente muito longa e nunca pegou na indústria australiana. A altura da câmera é igualmente importante. Apontar para uma posição de tiro ligeiramente agachada, cerca de 1,5 metros.
Colocação das patas:
Existem locais muito específicos para a colocação das patas ao fotografar animais conduzidos por cabresto. Eles diferem entre touros de corte e fêmeas, e diferem novamente para vacas leiteiras e cavalos puro-sangue. Todos são importantes, mas para animais não conduzidos fotografados em configurações de 'pisquei' ou 'quintal' (o assunto deste conselho), é muito mais difícil de alcançar. Em vez disso, procure simplesmente evitar o seguinte:
- Extensão excessiva, onde há muito espaço entre as patas dianteiras e traseiras
- Sub-extensão, onde o animal parece “encolhido” porque as patas dianteiras e traseiras estão muito próximas umas das outras. Todas as quatro patas confortavelmente sob o animal são ideais.
- Evite 'pernas de tesoura' na frente ou atrás, mas tente ver todas as quatro patas na imagem (consulte o exemplo). Em um mundo perfeito, as pernas do lado mais próximo devem estar um pouco atrás do lado de fora, tanto na frente quanto atrás. Evite a postura “desleixada”, onde o animal tira o peso de uma das pernas, assim como os humanos às vezes fazem.
Colocação da cabeça:
Nem sempre é fácil, mas vale a pena tentar estimular o animal (ruídos – veja abaixo) a posicionar a cabeça corretamente. Para a frente não é o ideal, mas pior ainda é totalmente 'girado' em direção à câmera (veja a imagem). Três quartos é o que você está procurando. Nos touros zebuínos com olhos fortemente encapuzados, você está olhando apenas para ver o capuz do olho impedido.
Orelhas:
Pequenas coisas importam em uma foto de touro bem-sucedida, como o posicionamento da orelha. As orelhas erguidas (para a frente) dão a impressão de alerta e fornecem (para usar um velho clichê da indústria) um “olhar de macho”. Um saco plástico rachado, ou alguns sons feitos pelo homem costumam ser suficiente para fazer o animal alinhar as orelhas. Os fotógrafos profissionais às vezes gravam alguns animais berrando como um arquivo de áudio em seu iphone e o reproduzem para capturar a atenção de um touro durante a sessão de fotos.
Aqui estão algumas sugestões um pouco mais técnicas….
Distorção óptica, ou 'key-stoneing':
A distorção óptica acontece quando o fotógrafo fica muito perto do animal e usa uma configuração de lente grande angular. O efeito de distorção óptica é claramente evidente na imagem publicada acima. Tecnicamente falando, qualquer coisa menor que 50 mm é considerada grande angular. A solução é ficar um pouco mais para trás do touro, e ‘zoom-in’, preenchendo o visor ou tela, usando telefoto. Isso é possível até mesmo usando uma câmera do iphone, por ‘beliscar’ ou ‘puxar’, usando dois dedos na tela, para fornecer algum zoom digital. Uma imagem muito mais natural é o resultado.
Planos de fundo:
Evite fundos que distraem, como uma árvore 'crescendo nas costas do animal'. Procure fundos uniformes e contrastantes. Para fotógrafos mais competentes tecnicamente, ajuste a profundidade de campo (usando combinações de ISO/ASA, velocidade do obturador e abertura) para “desfocar” o fundo. No entanto, tome cuidado para não deixar a velocidade do obturador cair abaixo de 125/seg, para evitar o movimento de animais ou o desfoque de "vibração da câmera", especialmente em telefoto. Se tudo mais falhar, um designer gráfico competente pode remover uma árvore no fundo de uma imagem, usando o Photoshop – mas custa tempo e dinheiro.
Se em dúvida….
No final do dia, pode ser melhor deixar a foto fora do seu anúncio/página da web/catálogo, se você não estiver razoavelmente satisfeito com o resultado. Uma foto ruim pode causar mais danos do que benefícios às perspectivas do touro.
A Beef Central certamente aconselhou um ou dois anunciantes a fazer isso no passado.
Fonte: Beef Central (12/07/22), traduzido pela Assessoria Agropecuária