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Expointer: chega de sucesso!

Informação | 15 de Outubro de 2023

Expointer: chega de sucesso!

Foto: Divulgação/Assessoria

Quando vai ser a Expointer esse ano, Velloso? - perguntam-me bastante. A resposta vem pronta: entre o último final de semana de agosto e o primeiro de setembro. A data base é sempre 01/09 e serve para calcular as idades e categorias dos animais que vão a julgamento. Reúne-se tudo no catálogo da exposição com espécies e raças inscritas, desde aves, asininos, bovinos, bubalinos, caprinos, chinchilas, coelhos, equinos, ovinos, etc. Já não sei se ainda é impresso aquele guia com todos os boxes (identificação dos animais no evento). Em 2023, os ovinos lideraram as inscrições com 980 animais, seguidos pelos equinos com mais de 800. O total geral da Arca de Noé ficou em, aproximadamente, 3,5 mil animais.

Eu sempre fui fascinado pela Expointer. Incomodava o pai para que ele me levasse lá todos os anos e em diferentes dias. Um dia só era pouco pra minha febre, especialmente pelos cavalos, gado e correarias. O pai já curtia mais os livros, o artesanato, o mel, pães, bolos e as apresentações musicais. Íamos de Trensurb no final dos anos 80. O trem era bem novinho e nos deixava na frente do parque. O Trensurb foi inaugurado em 1985 e eu já tinha dez anos. Com 11 anos, eu iria desfilar no 20/setembro em Livramento e ganhei, na Expointer, o meu primeiro chapéu: um Prada “Gauchinho” N°55. Tive vergonha de usar no dia, porque não estava de bombacha. Já era um guri sistemático. Esse gauchinho verde escuro me acompanhou até crescer o crânio pros atuais 57-58.

No final dos 80 e 90, eu queria conhecer os Freios de Ouro. Tenho claro a imagem na memória dos rosilhos Butiá Arunco (1988) e Nobre Tumpambaé (1990) no Jornal do Almoço, na Zero Hora (que guardei) e depois na minha procura por eles no parque (pai tem de ter perna e paciência). O meu teve.

Ingressei na Faculdade de Veterinária (UFRGS) em 1994. Por intermédio do colega Júlio Cesar Martino (São Gabriel), pedimos um estágio na Fausto Crespo Remates em 95 ou 96. Éramos uma turma de ajudantes inexperientes no recebimento dos animais, na descarga das caixas das cabanhas, na preparação dos remates e por aí vai. Estreei de pisteiro num remate de cavalo Árabe com o Fábio Crespo. Dei lance, abri o peito, voltei para trás numas erradas e não comprei nada. Aprendizado. Pista H, batizada, hoje, de Pista Carlos Rivaci Sperotto. 

Meu estágio mais duradouro, na Expointer, foi na Trajano Silva Remates. O veterinário Arthur Cademartori (craque do gado de leite com quem eu fazia estágio) ligou para o Décio Lemos pedindo uma oportunidade pra mim. Na época, a Trajano dominava a exposição e muitos estudantes queriam um espaço ali. Recordo da acolhida que tive de todos e, especialmente, do jeito meio paizão do saudoso “Pato” (Newton Alvim). Depois de muitos anos, fui saber que ele era santanense. Mais carinho peguei por ele. O Sr. Marcelo Silva, sempre muito ocupado e disputado, com muitas reuniões e decisões naquele fervo de vários remates no mesmo dia, logo me acolheu também e sempre teve um olhar de atenção e cuidado com o “guri novo” na equipe. 

Entrou um cliente na Trajano num dia de muita chuva: capa de gabardine, lenço estampado, chapéu novo, bengala com detalhes em prata e outros adornos. Tão logo ele saiu, o Sr. Marcelo me perguntou: Velloso, tu conheces o Dálmata? Respondi: - Sim. Por quê? E ele: - Só pinta.

De 2001 em diante, passei a viver a Expointer como funcionário da Angus. Outras épocas. Havia disputa pelo espaço no pavilhão. A associação fazia quebra-cabeça para acomodar os animais (de 200 a 250) e não queria vizinhar as cabanhas que não se queriam muito bem. Problemas da fartura. Na semana da entrada dos animais, me ligaram de madrugada (tipo 1h): “Aqui é o Sargento tal da Brigada. Tem briga aqui no corredor da raça Angus. Um argentino e outro expositor. Não estamos conseguindo controlar. O seu nome está na janela da associação como gerente. O que fazemos?” Eu: - Tem algum problema com os animais? Não, me respondeu o policial. Eu: - Então, pode prender e bem cedo eu chego por aí. Chegou a dar sirene no corredor do gado de corte.

Em 2004, tive um causo histórico na Expointer.

Dia 1 – domingo - LS Balaqueiro venceu o Freio de Ouro. Liguei para minha esposa: “Carin, o Balaqueiro ganhou o freio e vamos comemorar com o Fernando Gonzales na Sexta Região. Ela: - Parabéns! Aproveitem! E lá me fui altas madrugadas...

Dia 2 – segunda – o Remate Angus Rústico do Sul superou todas as expectativas. Vendeu os touros pelo dobro do esperado. Média acima de R$ 9 mil, isso 20 anos atrás. Eu era o coordenador pela associação. Liguei de novo: - Carin, o remate foi uma loucura! Vendemos tudo! Vamos comemorar por aqui! Ninguém nos segura! Ela: - Que maravilha, amor! Parabéns!
E nova noite sem fim.

Dia 3 – terça – liguei pra casa já no final do dia: - Carin, tudo bem? Ela: - CHEGA DE SUCESSO!!! Eu: - Ok. 
Logo vou pra casa. Precisa de pão?

Essa historinha (totalmente verídica) é o amigo Juan Marco Berruti, do Uruguai, quem mais gosta de contar. E em espanhol fica mais divertida!

Com o tempo, a nossa chave foi virando para outras atividades. A partir de 2008, eu e meu sócio, Dimas Rocha, já nos preocupávamos mais com os leilões atendidos por nossa assessoria e por novos negócios que se apresentavam. Desde 2016, participamos da Expointer com a cabeça em nossa central, a CRIO, inclusive com estande próprio nos últimos anos. Vamos pra lá com a ideia de divulgar a empresa e captar mais touros para coleta.

Deixando o relato dos meus motivos de ir sempre a Expointer, observo que os demais são os mais variados e possíveis para a multidão que trabalha ou visita o evento. É muita gente, é muita fila, é difícil estacionar, é “tranqueira”, como diz o gaúcho pro trânsito lento; é chuva, é calorão, é viração de tempo, é barro, é arquibancada lotada, é criança perdida, é o bom cheiro do assado que vai se misturando em todo o parque nas quase duas quadras de campo (mais de 140 hectares). E, com tudo isso, é sucesso garantido!

Em 2023, mais de 800 mil pessoas visitaram a Expointer. É o gaúcho rural que deixou o interior e quer o seu dia pra andar pilchado. É o urbano que ouviu tantas histórias sobre a sua origem e quer sentir-se mais perto dela. É o estrangeiro (paulista, carioca, mineiro) que ouve tanto sobre o orgulho gaúcho e que vem estar conosco. Por isso, saímos da feira com sacolas, lenços, ponchos, bombachas, boinas, facas, bonés das raças de que gostamos e muito mais. Se não usarmos durante o ano, eles serão motivo para retornarmos na próxima Expointer. Entre o último final de semana de agosto e o primeiro de setembro lá em 2024. E, chega de sucesso!!

* Publicado na coluna Do Pasto ao Prato, Revista AG (Outubro, 2023)

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